Pimes/ufpe ricardo Chaves Lima



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5. Conclusões
O presente trabalho objetivou analisar o impacto do crescimento da indústria do etanol no preço do açúcar. Para isso utilizou-se a metodologia de Vetores Autoregressivos (VAR), a fim de analisar a relação de causalidade entre o preço do álcool hidratado (etanol), o preço do açúcar cristal no mercado nacional e o preço do petróleo, que é o determinante da dinâmica do setor. A preocupação com o meio ambiente e com a substituição de combustíveis fósseis para a utilização de fontes renováveis de energia elevou a demanda internacional pelo etanol, principalmente o brasileiro, que possui menor custo de produção do mundo. Aliado também a uma demanda interna crescente devido ao uso de veículos bicombustíveis, culminando em uma alta no preço do etanol em 2006. Com a alta do preço da commodity, em teoria, uma maior parte da matéria-prima é destinada para a produção de etanol do que para a produção de açúcar, prejudicando a segurança alimentar.

Os resultados sugerem que a dinâmica dos mercados de açúcar e álcool é ditada, somente após alguns meses, pelo preço do petróleo. Porém, nos primeiros períodos de análise, a variação do preço do açúcar e do etanol é influenciada, em sua maioria, por fatores internos do mercado sucroalcooleiro, indicando uma blindagem do setor aos choques do preço do petróleo. O choque de preço dessa variável acarreta em aumento de preço das commodities sucroalcooleiras em períodos posteriores. No curto prazo, o preço do açúcar não é influenciado pela crescente demanda de etanol, refutando a idéia de que a segurança alimentar seja prejudicada. No longo prazo, porém, o preço do petróleo pode influenciar o aumento da demanda por biocombustíveis, refletindo assim no aumento do preço do etanol e, por conseguinte no preço do açúcar. Ademais, a introdução dos veículos bicombustíveis impactou negativamente no preço do etanol, sugerindo que a competição entre os mercados de etanol e açúcar, bem como a resposta imediata da oferta de etanol podem ter ocasionado no decréscimo do preço do biocombustível.

Esse estudo apresenta limitações, pois é analisado apenas o setor sucroalcooleiro, representando mercado de biocombustíveis e alimentos (etanol e açúcar). De fato, o açúcar é um dos alimentos essenciais que compõem a cesta básica e, além disso, é insumo para muitos produtos finais. Então, necessita-se saber se o crescimento da demanda por etanol no Brasil afeta o preço dos outros alimentos, focando assim no efeito indireto da expansão da cana-de-açúcar sobre outras culturas alimentares. Para isso, é preciso de uma investigação mais aprofundada sobre a causalidade do preço do etanol no preço de outros alimentos essenciais como soja, arroz, feijão, milho, carne, etc.. É necessário analisar também outras fontes de biocombustíveis, como a soja, bem como o milho norte-americano e a canola européia a fim de comparar resultados com o caso brasileiro.

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1 Ferrari et al. (2005)

2 O instrumento de política utilizado pelo governo no setor é a mistura obrigatória entre 20% a 25% de álcool anidro na gasolina.

3 O valor da matéria-prima representa uma importante parcela do custo de produção total do etanol. (Von Lampe, 2006, Tokgoz e Elobeid, 2006)

4 Em 2006, o preço real do etanol é um terço menor do que o preço em 1975 (Martines-Filho et al (2006).

5 Segundo Cabrini e Marjotta-Maistro ( 2007), a União Européia, Canadá, Índia, Tailândia, América do Sul e Central, têm anunciado significativos investimentos para produção de álcool. Para isso, muitos deles estão concedendo subsídios à produção com o intuito de que o álcool seja mais competitivo frente à gasolina, devido à menor experiência acumulada e escala de produção ou aos custos mais elevados decorrentes da matéria-prima utilizada.

6 Carvalho (2008) afirma que a taxa de crescimento médio da produção de açúcar brasileiro é quatro vezes maior do que a taxa média mundial.

7 VAR reduzido é aquele que, através de algumas operações matemáticas, os valores do presente deixam de constar como variáveis explicativas. Ver detalhes em Enders (1995).


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