Diretrizes para o Controle da Sífilis
Congênita
MANUAL DE BOLSO
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
Diretrizes para o Controle da Sífilis
Congênita
MANUAL DE BOLSO
Brasília - DF
2006
© 2006 Ministério da Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
Tiragem: 120.000 exemplares
Produção, distribuição e informações
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
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CEP 70750-543 – Brasília, DF
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Publicação financiada com recursos do Projeto UNESCO BRA 914/11.01
Elaboração: Unidade de Doenças Sexualmente Transmissíveis - UDST
Assessor de Comunicação/PN-DST/AIDS
Alexandre Magno de A. Amorim
Editor
Dario Noleto
Projeto Gráfico, capa e diagramação
Alexsandro de Brito Almeida
FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2006/0551
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS.
Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde,
2006.
72 p. il. – (Série Manuais 24)
ISBN 85-334-1157-X
1. Doenças sexualmente transmissíveis. 2. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. I. Título. II. Série.
NLM WC 140-185
APRESENTAÇÃO
A transmissão vertical da sífilis permanece um grande
problema de saúde pública no Brasil. Das várias doenças
que podem ser transmitidas durante o ciclo grávido-
puerperal, a sífilis é a que tem as maiores taxas de
transmissão.
No Brasil, estudos de representatividade nacional
estimam uma prevalência em gestantes de 1,6% da
infecção, em 2004, representando cerca de 50 mil
parturientes com sífilis ativa e uma estimativa de 15 mil
crianças nascendo com sífilis congênita para aquele ano,
em média. Desde 1986, a sífilis congênita é de notificação
compulsória, tendo sido incluída no SINAN (Sistema de
Informação de Agravos de Notificação). Entretanto,
embora a subnotificação tenha sido a regra, entre os
anos de 1998 e 2004 foram notificados 24.448 casos da
doença neste intervalo de tempo. Em 2003 observou-se
uma mortalidade de 2,7 óbitos por 100 mil, em menores
de 1 ano, demonstrando ainda um insuficiente controle
do agravo em todo o território nacional.
Em 1995, pela resolução CE 116.R3 da Organização
Pan-Americana de Saúde, o Brasil, juntamente com
outros países da América Latina e Caribe, assumiu o
compromisso para a elaboração do Plano de Ação,
visando a eliminação da sífilis congênita nas Américas
até o ano 2000. Em 1997, o Ministério da Saúde passou a
considerar como meta de eliminação o registro de até 01
caso de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos/ano.
Como elementos fundamentais no enfrentamento da
transmissão vertical da sífilis, as ações de diagnóstico e
prevenção precisam ser reforçadas especialmente no pré-
natal e parto; porém idealmente essas ações seriam mais
efetivas se realizadas com a população em geral, ainda
antes da gravidez ocorrer.
O presente manual tem como objetivo contribuir para
a implementação do diagnóstico e tratamento imediato
dos casos de sífilis, materna e congênita, e da vigilância
epidemiológica, de modo que o Brasil possa, em breve
espaço de tempo, reduzir os casos de transmissão
vertical da sífilis, como tem feito com outros agravos,
principalmente o HIV.
Pedro Chequer
Diretor do Programa Nacional de DST e Aids
Sumário
Sífilis congênita ............................................................................. 9
Quadro Clínico .................................................................. 11
Sífilis Congênita Precoce ............................................... 11
Sífilis Congênita Tardia .................................................. 12
Outras Situações ............................................................... 14
Óbito Fetal (natimorto) por Sífilis .................................... 14
Aborto por Sífilis ............................................................. 14
Avaliação complementar ............................................................ 15
Pesquisa do T. pallidum ...................................................... 15
Testes Sorológicos ............................................................. 17
Sorologia não-Treponêmica ........................................ 17
Sorologia Treponêmica .................................................. 22
Estudo do Líquido Cefalorraquidiano (LCR / líquor) ...... 24
Estudos de Imagem ......................................................... 26
Radiografia de Ossos Longos .................................... 26
Medidas de vigilância, controle e prevenção ............................ 27
Vigilância Epidemiológica ................................................. 27
Caso de Sífilis em Gestante ............................................. 27
Caso de Sífilis Congênita ................................................. 28
Controle da Sífilis Congênita ........................................... 34
Prevenção da Sífilis Congênita .............................................. 36
Co-infecção sífilis HIV na Gestação ............................... 45
Falha terapêutica ........................................................... 48
Manejo clínico da criança com sífilis congênita .................. 52
No período Neonatal ......................................................... 52
No período pós-neonatal (após 28ºdia de vida) ............... 55
Seguimento .......................................................................... 56
Referências bibliográficas ........................................................... 61
Siglas ............................................................................................ 69
9
A sífiliscongênitaéoresultadodadisseminaçãohematogênica
do Treponema pallidum, da gestante infectada não-tratada
ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via
transplacentária. Sabe-se que:
•
A transmissão vertical do T. pallidum pode ocorrer em
qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença
materna.
•
Os principais fatores que determinam a probabilidade de
transmissão vertical do T. pallidum são o estágio da sífilis
na mãe e a duração da exposição do feto no útero.
•
A taxa de infecção da transmissão vertical do T.
pallidum
em mulheres não tratadas é de 70 a 100%,
nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-
se para aproximadamente 30% nas fases tardias da
infecção materna (latente tardia e terciária).
•
Há possibilidade de transmissão direta do T. pallidum
por meio do contato da criança pelo canal de parto, se
houver lesões genitais maternas. Durante o aleitamento,
ocorrerá apenas se houver lesão mamária por sífilis.
Sífilis Congênita
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
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•
Ocorre aborto espontâneo, natimorto ou morte
perinatal em aproximadamente 40% das crianças
infectadas a partir de mães não-tratadas.
Quando a mulher adquire sífilis durante a gravidez,
poderá haver infecção assintomática ou sintomática nos
recém-nascidos. Mais de 50% das crianças infectadas são
assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros
sintomas, geralmente, nos primeiros 3 meses de vida. Por
isso, é muito importante a triagem sorológica da mãe na
maternidade.
Acreditava-se que a infecção do feto a partir da mãe com
sífilis não ocorresse antes do 4º mês de gestação, entretanto,
já se constatou a presença de T. pallidum em fetos, já a partir
da 9
a
semana de gestação.
As alterações fisiopatogênicas observadas na gestante são as
mesmas que ocorrem na não-gestante.
A sífilis congênita apresenta, para efeito de classificação, dois
estágios: precoce, diagnosticada até dois anos de vida e tardia,
após esse período.
11
Quadro Clínico
Sífilis Congênita Precoce
A síndrome clínica da sífilis congênita precoce surge até o
2
o
ano de vida e deve ser diagnosticada por meio de uma
avaliação epidemiológica criteriosa da situação materna e
de avaliações clínica, laboratorial e de estudos de imagem na
criança. Entretanto, o diagnóstico na criança representa um
processo complexo. Como discutido anteriormente, além
de mais da metade de todas as crianças ser assintomática
ao nascimento e, naquelas com expressão clínica, os sinais
poderem ser discretos ou pouco específicos, não existe uma
avaliação complementar para determinar com precisão
o diagnóstico da infecção na criança. Nessa perspectiva,
ressalta-se que a associação de critérios epidemiológicos,
clínicos e laboratoriais deve ser a base para o diagnóstico da
sífilis na criança.
Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento,
as principais características dessa síndrome são, excluídas
outras causas: hepatomegalia com ou sem esplenomegalia,
lesões cutâneas (como por exemplo, pênfigo palmo-plantar,
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condiloma plano), periostite ou osteíte ou osteocondrite
(com alterações características ao estudo radiológico),
pseudoparalisia dos membros, sofrimento respiratório com ou
sem pneumonia, rinite sero-sanguinolenta, icterícia, anemia
e linfadenopatia generalizada (principalmente epitroclear).
Outras características clínicas incluem: petéquias, púrpura,
fissura peribucal, síndrome nefrótica, hidropsia, edema,
convulsão e meningite.
Entre as alterações laboratoriais incluem-se: anemia,
trombocitopenia, leucocitose (pode ocorrer reação
leucemóide, linfocitose e monocitose) ou leucopenia.
Sífilis Congênita Tardia
A síndrome clínica da sífilis congênita tardia surge após o 2
o
ano de vida. Da mesma forma que a sífilis congênita precoce,
o diagnóstico deve ser estabelecido por meio da associação de
critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Além disso,
deve-se estar atento na investigação para a possibilidade de a
criança ter sido exposta ao T. pallidum por meio de exposição
sexual.
As principais características dessa síndrome incluem: tíbia
em “Lâmina de Sabre”, articulações de Clutton, fronte
“olímpica”, nariz “em sela”, dentes incisivos medianos
13
superiores deformados (dentes de Hutchinson), molares em
“amora”, rágades periorais, mandíbula curta, arco palatino
elevado, ceratite intersticial, surdez neurológica e dificuldade
no aprendizado.
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Outras Situações
Óbito fetal (natimorto) por sífilis
Define-se natimorto por sífilis todo feto morto, após 22
semanas de gestação ou com peso igual ou maior a 500
gramas, cuja mãe portadora de sífilis não foi tratada ou
foi inadequadamente tratada.
Aborto por sífilis
Define-se aborto por sífilis toda perda gestacional,
ocorrida antes de 22 semanas de gestação, ou com peso
menor a 500 gramas, cuja mãe é portadora de sífilis e não
foi tratada ou foi inadequadamente tratada.
15
Pesquisa do T. pallidum
A identificação do T. pallidum por meio de pesquisa direta
não é um método de rotina considerando-se que a maioria
das pessoas com sífilis apresenta-se assintomática. Entretanto,
tendo em vista a impossibilidade de isolamento do T. pallidum
a partir de culturas, a pesquisa do material coletado de lesão
cutâneo-mucosa, de biópsia ou necropsia, assim como
de placenta e cordão umbilical é um procedimento útil. A
preparação e a observação em campo escuro imediatamente
após a coleta do espécime permite visualizar os treponemas
móveis, apresentando sensibilidade de 74 a 86%, sendo
que a especificidade pode alcançar 97% dependendo da
experiência do avaliador. A técnica de imunofluorescência
direta representa uma outra forma disponível para a
identificação doT. pallidum, com sensibilidade (73 a 100%) e
especificidade (89 a 100%) superiores à pesquisa em campo
escuro. Ressalta-se que a sensibilidade dessas duas técnicas de
avaliação microscópica varia de acordo com a adequação da
técnica de coleta dos espécimes, o tempo de evolução (carga
bacteriana) e a condição da lesão, bem como a realização ou
não de tratamento específico anterior.
Avaliação Complementar
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Do ponto de vista técnico, o diagnóstico definitivo de sífilis
congênita pode ser estabelecido por meio da aplicação
da pesquisa direta do T. pallidum (microscopia de campo
escuro ou imunofluorescência direta), além de estudos
histopatológicos, portanto, devem ser realizados sempre
que possível. Ressalta-se que nas situações em que essas
avaliações complementares não forem possíveis, em função
da grande importância epidemiológica desta condição,
o recém-nascido deve necessariamente ser tratado e
acompanhado clinicamente, baseado na história clínico-
epidemiológica da mãe e no diagnóstico clínico presuntivo
quando a criança apresentar sinais e/ou sintomas. No caso
de natimorto ou óbito fetal, o diagnóstico de sífilis congênita
deve ser estabelecido considerando-se a história clínico-
epidemiológica da mãe e o diagnóstico clínico presuntivo
quando a criança apresentar sinais.
Mais recentemente, testes para amplificação de ácidos
nucléicos, como a reação em cadeia da polimerase (PCR),
vêm sendo desenvolvidos e avaliados, com resultados que
indicam o aumento da sensibilidade (91%) para o diagnóstico
da infecção pelo T. pallidum. Entretanto, esses testes, além
do elevado custo e da complexidade de realização, ainda
não estão disponíveis comercialmente, estando limitados a
centros de pesquisa.
17
Testes Sorológicos
De uma forma geral, a utilização de testes sorológicos
permanece como sendo a principal forma de se estabelecer o
diagnóstico da sífilis.Sãodivididosemtestesnão-treponêmicos
(VDRL, RPR) e treponêmicos (TPHA, FTA-Abs, ELISA). O
significado de testes positivos, treponêmicos ou não, no soro
dos recém-nascidos, é limitado em razão da transferência
passiva de anticorpos IgG maternos que, no entanto, tendem
progressivamente a declinar até a sua negativação, ao fim de
alguns meses. Na ocorrência de sífilis congênita, ao contrário,
os títulos se mantêm ou ascendem, caracterizando uma
infecção ativa. O ideal para melhorar a qualidade dos serviços
e a eficácia dos testes é que seja realizado de rotina o teste
confirmatório treponêmico na gestante a partir de todo teste
não-treponêmico reagente (a partir de títulos de 1:1 o teste
não-treponêmico é considerado reagente).
Sorologia não-Treponêmica
O VDRL (Venereal Diseases Research Laboratory) e o
RPR (Rapid Plasma Reagin) são os testes utilizados para
a triagem sorológica da sífilis em gestantes e da sífilis
adquirida, tendo em vista a sua elevada sensibilidade (RPR
– 86 a 100% e VDRL – 78 a 100%) e a possibilidade de
titulação, o que permite o acompanhamento sistemático
do tratamento. Além da elevada sensibilidade, esses testes
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são de realização técnica simples, rápida e de baixo custo.
As principais desvantagens referem-se aos resultados
falso-positivos e falso-negativos. Os resultados falso-
positivos possíveis podem ser explicados pela ocorrência
de reações cruzadas com outras infecções treponêmicas
ou outras doenças tais como lupus, artrite reumatóide,
hanseníase entre outras. E os resultados falso-negativos
pelo excesso de anticorpos, fenômeno conhecido como
efeito prozona
1
.
Pode haver ainda redução da sensibilidade nos estágios
primário e tardio da doença. No Brasil, o VDRL é o teste
mais utilizado. O resultado é descrito qualitativamente
(“reagente”, “não reagente”) e quantitativamente
(titulações tais como 1:2, 1:32 etc). Mesmo sem
tratamento, o teste apresenta queda progressiva dos
títulos ao longo de vários anos; com a instituição do
tratamento há queda tendendo à negativação, podendo,
porém, se manter reagente por longos períodos, mesmo
após a cura da infecção (“memória imunológica”).
1 A sensibilidade e a especificidade do VDRL podem variar acentuadamente se não forem obedecidos os
mínimos detalhes da técnica de execução, determinando freqüentemente resultados falso-positivos
ou negativos. O efeito prozona pode ocorrer em amostras sorológicas não diluídas e com altos
títulos de anticorpos. O fenômeno pode ocorrer em 1 a 2% dos pacientes, especialmente no estágio
secundário e durante a gravidez, sendo responsável por alguns resultados falso-negativos. Para evitar
a ocorrência do evento, procede-se a testagem com soro submetido a uma diluição prévia.
19
Na sífilis recente, o tempo para negativação dos testes
de cardiolipina após tratamento eficaz é tanto mais
demorado quanto maior a duração da infecção ou mais
elevados forem os títulos no início do tratamento. Na
sífilis primária ou secundária, os títulos caem de forma
exponencial, em geral cerca de quatro vezes ou dois
títulos ao fim dos primeiros três meses, e de oito vezes
ou quatro títulos ao fim de seis meses, negativando-se
em cerca de um ano para sífilis primária tratada e em
dois anos para a secundária. Títulos persistentemente
positivos, mesmo após tratamento adequado, podem, no
entanto, significar infecção persistente ou re-exposição,
especialmente se os títulos forem superiores a 1:4.
Considerando-se que a maioria das crianças apresenta-
se assintomática ao nascimento, a aplicação de testes
sorológicos para o diagnóstico deve ser avaliada
cuidadosamente, tendo em vista que o diagnóstico
da infecção pelo T. pallidum por meio da presença
de anticorpos na criança pode ser confundida com a
passagem passiva por via transplacentária de anticorpos
IgG maternos. Nesse sentido, indica-se a comparação dos
títulos da sorologia não-treponêmica na criança com a
da mãe, preferencialmente, de um mesmo teste realizado
em um mesmo laboratório. Títulos da criança maiores do
que os da mãe indicariam suspeita de sífilis congênita. De
uma forma geral, aplicando-se testes não-treponêmicos,
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
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os títulos de anticorpos começam a declinar a partir
dos três meses de idade, negativando-se aos seis meses
de idade. Após os seis meses de vida, a criança com
VDRL reagente deve ser investigada, exceto naquelas
situações em que a criança está em seguimento. Para os
testes treponêmicos, uma sorologia reagente após os 18
meses de idade define o diagnóstico de sífilis congênita.
Por outro lado, a negatividade sorológica do recém-
nascido não exclui a infecção, especialmente quando a
infecção materna se dá no período próximo ao parto.
Deste modo, nos casos com suspeita epidemiológica, no
recém-nascido não-reagente para os testes sorológicos
devem ser repetidos após o terceiro mês de vida, pela
possibilidade de positivação tardia.
Nesse sentido, para crianças menores de seis meses o
diagnóstico definitivo de sífilis congênita é estabelecido
por meio da avaliação da história clínico-epidemiológica
da mãe (incluindo avaliação de adequação, ou não, de
tratamento específico) e de exames complementares
(laboratoriais e de imagem – discutidos a seguir
nesse documento) na criança que possibilitam a
classificação final do caso (com a finalidade de
diagnóstico e estadiamento) e a instituição adequada
da antibioticoterapia. Nas situações em que a avaliação
complementar da criança não for possível, em função da
grande importância epidemiológica desta condição, esta
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