PARTURIENTE, SEM SOROLOGIA ANTI-HIV
TESTE RÁPIDO (apenas um)
TESTE REAGENTE
1. INICIAR QUIMIOPROFILAXIA
CONFORME ESQUEMA PARA
REDUÇÃO DA TRANSMISSÃO
VERTICAL DO HIV;
2. COLETAR E ENCAMINHAR A AMOSTRA
DE SANGUE PARA ESCLARECIMENTO
DO DIAGNÓSTICO, GARANTINDO A
CONFIRMAÇÃO DO RESULTADO DO
TESTE O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.
(**)
TESTE NÃO-REAGENTE
NÃO MEDICAR
(*)
SOROLOGIA POSITIVA
MANTER MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA
A TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV
(*) INVESTIGAR A CONDIÇÃO CLÍNICO - EPIDEMIOLÓGICA E, SE NECESSÁRIO, ENCAMINHAR A MULHER
PARA REALIZAÇÃO DE SOROLOGIA CONVENCIONAL (CONFORME DETERMINA A PORTARIA DE N.º
59/GM/MS).
(**) MEDIANTE SEU CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, E QUANDO AS EVIDÊNCIAS
EPIDEMIOLÓGICAS APONTAM PARA A POSSIBILIDADE REMOTA DE VIR A SER ESSE UM RESULTADO
FALSO-POSITIVO;
OBSERVAÇÃO: SE O TESTE FOR REALIZADO IMEDIATAMENTE APÓS O PARTO (NA PUÉRPERA) E SEU
RESULTADO FOR REAGENTE, ADMINISTRAR AZT XAROPE PARA O RECÉM-NASCIDO O MAIS
RÁPIDO POSSÍVEL (PREFERENCIALMENTE NAS PRIMEIRAS 2 (DUAS) HORAS APÓS O NASCIMENTO),
OBSERVANDO AS DEMAIS RECOMENDAÇÕES PARA A PROFILAXIA DE TV DO HIV.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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48
4 Pré-Natal
4.1 Abordagem inicial da gestante com HIV
1
Os serviços que hoje são considerados porta de entrada para
o diagnóstico da infecção pelo HIV e da sífilis em gestantes
no Sistema Único de Saúde, são as Unidades Básicas de Saúde
(UBS), o Programa da Saúde da Família (PSF) e os Centros
de Testagem e Aconselhamento (CTA ou COAS). Estes são
responsáveis pela captação das gestantes para o pré-natal e
realização da testagem para o HIV e a sífilis.
Os testes sorológicos (ELISA e confirmatório), assim como o
teste rápido para HIV, que pode ser realizado por profissionais
de saúde capacitados, são indicados na rotina pré-natal.
Um resultado negativo, seja pelo método sorológico seja
pelo método rápido, não exclui a infecção pelo HIV, dada a
possibilidade de janela imunológica (tempo entre o contágio
e a detecção de anticorpos pelos métodos diagnósticos),
sendo necessária nova testagem quando adequado. Para a
1
Para maior detalhamento, consultar Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em
Crianças Infectadas pelo HIV, Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical
do HIV e Terapia Anti-retroviral em Gestantes, em vigência.
49
gestante, recomenda-se a realização dos testes para HIV e
sífilis na primeira consulta de pré-natal, com repetição no
início do terceiro trimestre, sempre que possível.
Uma vez realizado o aconselhamento pós-teste e o diagnóstico
da infecção pelo HIV tenha sido estabelecido, deve-se iniciar
o atendimento clínico-obstétrico pelo médico, bem como o
monitoramento laboratorial.
O aparecimento de anticorpos detectáveis por testes
sorológicos ocorre num período de 6 a 12 semanas após a
infecção inicial, sendo este intervalo denominado janela
imunológica. Nesse período, as provas sorológicas podem ser
falso-negativas, porém há elevada viremia com maior risco
de transmissão do HIV ao feto.
O teste para o HIV deve ser oferecido no primeiro trimestre
de gestação ou no início do pré-natal na Unidade Básica de
Saúde. Caso este seja negativo, deve ser continuada a rotina
de pré-natal e realizado novo teste no terceiro trimestre.
Caso a primeira testagem resulte positiva, realiza-se o
aconselhamento pós-teste, orientando a gestante sobre
a importância de usar anti-retrovirais para prevenir a
transmissão vertical e de evitar a amamentação, além de
efetuar-se a notificação de caso de gestante com HIV.
Tendo-se o diagnóstico da infecção pelo HIV estabelecido,
deve ser solicitada contagem de Linfócitos T CD4+ e carga
viral da gestante, referenciando-a para acompanhamento
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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50
simultâneo com a unidade de saúde de referência, conforme
fluxo estabelecido.
Primeira consulta da gestante portadora de HIV
Vários estudos têm demonstrado que alguns fatores estão
associados ao aumento do risco de transmissão do HIV da
mãe para o filho. Dentre estes fatores:
• Virais: carga viral elevada, genótipo e fenótipo viral
(diversidade circulante e resistência viral);
•
Maternos: estado clínico e imunológico comprometido,
presença de outras DST e outras co-infecções, estado
nutricional deficiente;
•
Comportamentais: reinfecção, seja por reexposição
sexual ou compartilhamento de seringas;
•
Obstétricos: trabalho de parto prolongado e tempo
de ruptura das membranas amnióticas (bolsa rota por
mais de quatro horas aumenta a taxa de transmissão
vertical progressivamente: cerca de 2% a cada hora,
até 24 horas), via de parto, presença de hemorragia
intraparto e parto instrumentalizado;
•
Inerentes ao recém-nascido: prematuridade, baixo
peso ao nascer e tempo de aleitamento materno.
Assim sendo, é necessário o monitoramento de todos estes
fatores durante a gravidez.
51
A avaliação inicial de uma gestante recém diagnosticada
como portadora do HIV deve ser direcionada para as
necessidades específicas dessa mulher. Entretanto, algumas
questões devem sempre ser consideradas:
• Identificar alguma condição que exija intervenção
imediata, como sinais e sintomas sugestivos de
manifestações oportunistas ou outras doenças
sexualmente transmissíveis (DST);
• Estabelecer vínculo sólido e confiança;
• Iniciar coleta de informações;
• Avaliar o nível de conhecimento da paciente sobre a
doença;
• Identificar outras necessidades de saúde, incluindo
saúde mental, uso de álcool e/ou outras drogas ou
hepatite;
• Avaliar a necessidade de intervenção psicossocial;
• Descrever a infecção pelo HIV e sua evolução,
enfatizando o impacto favorável da terapia anti-
retroviral (TARV) na qualidade e expectativa de vida;
• Abordar a possibilidade de transmissão vertical, as
probabilidades de redução desta forma de transmissão
e as medidas existentes para isto;
• Abordar métodos de transmissão e prevenção de forma
compreensível;
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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52
• Realizar exame físico;
• Solicitar exames para avaliação laboratorial inicial.
Nem sempre todos estes itens podem ser respondidos na
primeira consulta, devendo ser abordados nas entrevistas
subseqüentes.
A disponibilidade de medidas eficazes para diminuir a
transmissão para o concepto determina a necessidade da
realização de sorologia para HIV na rotina do pré-natal e
adoção de medidas precoces de prevenção de transmissão
vertical para os casos detectados.
Avaliação laboratorial inicial
Indica a condição geral de saúde, condições associadas e
possibilita uma avaliação inicial (baseline) antes do início
de terapias, em especial a TARV. Na primeira consulta da
gestante portadora de HIV solicitam-se os seguintes exames:
• Exames do perfil obstétrico:
• Tipagem sangüínea;
• Coombs indireto, se necessário;
• Urina tipo I e urocultura;
• Sorologia para sífilis;
• Sorologia para toxoplasmose;
• Sorologias para hepatites B e C;
53
• Glicemia de jejum e teste de sobrecarga à glicose,
se necessário.
• CD4 e Carga Viral;
• Perfil lipídico (colesterol e triglicérides);
• Provas de função renal (uréia e creatinina);
• Hemograma e enzimas hepáticas;
• PPD;
• Bacterioscopia de secreção vaginal;
• Pesquisa de Clamídia e Gonococo em secreção
cervical.
4.2 Seguimento da gestante HIV +
Caso o diagnóstico de HIV+ ou aids tenha sido estabelecido
apenas na segunda testagem, a solicitação da contagem de
Linfócitos T CD4+ e carga viral deve ser feita imediatamente,
assim como o agendamento de consulta na unidade
especializada de referência.
Quando a gestante chegar tardiamente ao pré-natal (3º
trimestre), estará indicado o uso de teste rápido para a
detecção de anticorpos anti-HIV.
A notificação de gestante HIV+ e criança exposta é
obrigatória e regulamentada por portaria do Ministério da
Saúde. Os instrumentos de notificação devem ser preenchidos
cuidadosamente, registrando-se todas as informações
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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54
indicadas. (Anexo F – Ficha de Notificação e Investigação de
gestantes HIV+ e crianças expostas)
A gestante que já teve o seu diagnóstico de portadora de
HIV realizado antes da gravidez deverá ser acompanhada
simultaneamente em Unidade Básica de Saúde e no Serviço
de Referência desde o início da gestação. Caso ela já esteja
em uso de anti-retrovirais para tratamento, é necessário
substituir aqueles com potencial teratogênico e toxicidade
para o concepto, tais como Efavirenz, Hidroxiuréia e a
associação Didanosina + Estavudina.
Mesmo na situação em que a gestante já tenha sido
notificada como caso de aids, é obrigatório notificá-
la como Gestante HIV + utilizando os formulários
específicos. (Anexo F – Ficha de notificação e
investigação de Gestante HIV+ e criança exposta)
Durante o acompanhamento pré-natal, é importante
orientar a gestante quanto aos cuidados necessários para a
redução da transmissão vertical, através da utilização correta
dos medicamentos anti-retrovirais, cuidados durante o
trabalho de parto, via de parto, uso de inibidores de lactação,
enfaixamento das mamas e impedindo a amamentação.
A terapia anti-retroviral combinada está indicada para
as gestantes que preencham os critérios para início de
tratamento. Estes critérios dependem da idade gestacional,
55
clínica, terapia anti-retroviral prévia, carga viral, CD4. Esta
prescrição deverá ser realizada pelos serviços de referência.
Ao redor da 34ª semana de gestação deve ser solicitada uma
carga viral para definição de via de parto, conforme o
Quadro 1.
Os exames laboratoriais de seguimento são realizados
conforme quadro a seguir.
Quadro 1
:
exames laboratoriais iniciais e periodicidade em
gestantes com HIV
Exame
Inicial
Periodicidade
Comentário
Tipagem
sangüínea
sim
____
____
Coombs Indireto
Se necessário
Repetir, se
necessário
____
EAS (urina tipo I)
Sim
Repetir entre a
24ª e 28ª sem
____
Urocultura
sim
____
Avaliação de ITU
assintomática
VDRL
Sim
Repetir no início
do terceiro
trimestre
O seguimento é
mensal, se houver
resultado positivo
IgG/IgM para
Toxoplasma
Sim
Repetir entre a
24ª e 28ª sem,
caso primeiro
exame seja
negativo
Se necessário,
solicitar teste de
avidez de IgG
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56
HbsAg
Sim
____
Testar se provas de
função hepática
anormais, caso
seja (+)
Anti-HBc ou
anti-HBs
Sim
____
____
Anti-HCV
Sim
____
____
Glicemia de
jejum
Sim
Repetir entre a
24ª e 28ª sem
Repetir cada 3
– 4 meses para
pacientes em TARV
Teste de
sobrecarga à
glicose
Se necessário
____
____
Provas de função
renal (uréia
e creatinina
séricas)
Sim
Repetir entre a
24ª e 28ª sem
____
Enzimas
hepáticas
Sim
Repetir com
intervalos de 15 a
60 dias
De acordo com o
esquema de TARV
em uso
Hemograma
Sim
Repetir com
intervalo de 15 a
60 dias
Varia de acordo
com o esquema de
TARV em uso
Contagem CD4+
Sim
Repetir entre 24 e
28 semanas
Repetir quando
valores discrepantes
Carga Viral (CV)
Sim
Repetir entre 24 e
28 semanas e com
34 semanas, para
definição de via
de parto
Repetir quando
valores discrepantes
Citopatológico
Sim
____
____
Exame
Inicial
Periodicidade
Comentário
57
PPD
Sim
____
____
Dosagem
de lipídios
(colesterol e
triglicérides)
Sim
Repetir entre a
24ª e 28ª sem
Repetir cada 3
– 4 meses para
pacientes em TARV
Pesquisa de
Clamídia e
Gonococo em
secreção cervical
Sim
____
____
Avaliação
ginecológica/
Bacterioscopia de
secreção vaginal
Sim
____
Identificar vaginites
e cervicites
Encaminhar a gestante para parto na maternidade
especializada de referência com o Cartão da Gestante
preenchido adequadamente.
Os profissionais de saúde devem orientar a gestante e seu
parceiro sobre planejamento reprodutivo durante todo o
pré-natal. Nesta orientação ressalta-se a importância da
estabilização clínica, com CD4 em bons níveis e carga viral
indetectável, antes de nova gravidez, para a prevenção da
transmissão vertical e horizontal (para o parceiro, quando
este não for portador de HIV).
Unidades Básicas de Saúde (UBS) com profissionais
capacitados e com experiência no seguimento de pessoas
vivendo com HIV/aids (PVHA) podem monitorar a gestante
Exame
Inicial
Periodicidade
Comentário
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58
até que seja necessário iniciar TARV. É importante manter
o acompanhamento conjunto entre UBS e a Unidade de
Referência para apoio psicossocial, acesso a insumos de
prevenção, melhora da adesão, reconhecimento precoce
de eventos adversos à TARV, acesso aos anti-retrovirais
facilitado e acompanhamento clínico-obstétrico, formando
uma rede integral de atenção à saúde.
4.3 Adesão à terapia anti-retroviral
Um dos aspectos mais importantes na adesão ao tratamento
anti-retroviral (TARV), é a aceitação do diagnóstico. Em
todas as fases do acompanhamento, o profissional deve estar
atento às possíveis variações de humor, às reações depressivas
e ao medo de enfrentar o diagnóstico e de revelá-lo para a
família ou para o(a) parceiro(a).
A utilização de medicamentos para a prevenção da transmissão
vertical durante a gravidez, mesmo sem apresentar doença,
pode provocar dúvidas na gestante, sendo necessário apoio e
monitoramento constantes.
O convívio diário com preconceitos ou discriminação, com
efeitos adversos do tratamento e com outras situações que
podem chamar a atenção das pessoas com quem convive
na família ou no trabalho para sua condição, gera grande
ansiedade e pode contribuir para a baixa adesão da gestante
ao tratamento.
59
Entretanto, os fatores que podem interferir diretamente
na adesão à terapia anti-retroviral não são exclusivamente
emocionais ou do contexto social. Alguns podem ser
relacionados ao esquema, como a posologia, efeitos colaterais
e interações com outros medicamentos.
As equipes multiprofissionais e a organização dos serviços
facilitam o acolhimento, a criação de vínculos e a motivação
da paciente. Atividades em grupo e assistência individual que
respondam às expectativas e às dúvidas decorrentes do uso
contínuo da terapia e da proteção ao bebê são importantes
para garantir segurança diante de tantas barreiras.
Dados epidemiológicos atuais têm demonstrado tendência à
notificação de aids cada vez maior entre pessoas em condições
de exclusão social, pobreza e baixa escolaridade no Brasil.
Devido à complexidade de alguns regimes anti-retrovirais,
estudos sugerem taxas de adesão ao tratamento mais baixas
e tendência a uma menor sobrevida nessas populações.
Além disso, pesquisas recentes demonstram que pessoas que
fazem uso de drogas injetáveis também apresentam maiores
taxas de mortalidade do que a população que se infecta por
via sexual, mesmo que estejam submetidos à TARV. Tais
evidências demonstram a necessidade de se estabelecer
estratégias e programas específicos de adesão para essas
populações, especialmente de intervenção comunitária como,
por exemplo, a Terapia Diretamente Observada (DOT).
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60
5 Trabalho de parto e parto
1
Cerca de 65% dos casos de transmissão vertical do HIV
ocorrem durante o trabalho de parto ou no parto propriamente
dito. Os 35% restantes ocorrem intra-útero, principalmente
nas últimas semanas de gestação. O aleitamento materno
representa risco adicional que se renova a cada exposição da
criança ao leite materno.
Assim sendo, as oportunidades para intervenções de
prevenção da transmissão vertical, principalmente durante o
trabalho de parto, não podem ser perdidas.
Na entrada da parturiente na maternidade deve ser oferecido
o teste rápido para o HIV para todas as gestantes que não
tenham realizado investigação para HIV no pré-natal ou
cujo resultado não esteja disponível, após o consentimento
verbal da gestante ou familiar responsável quando a
parturiente não tiver condições de fazê-lo (distúrbios
psiquiátricos, por exemplo).
1
Para maior detalhamento consultar Recomendações para Terapia Anti-retroviral em
Crianças Infectadas pelo HIV, Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical
do HIV e Terapia Anti-retroviral em Gestantes, em vigência.
61
É necessário que o resultado do teste seja comunicado por
profissional de saúde devidamente capacitado, abordando
todas as implicações deste resultado, reagente ou não,
conforme preconizado no capítulo 1, sobre aconselhamento
em DST e aids. O resultado também deve ser anotado no
Cartão da Gestante, para acompanhamento puerperal.
A via de parto será escolhida em função de situações
obstétricas e/ou da carga viral, de acordo com a avaliação
do obstetra e do clínico/infectologista responsáveis pela
gestante (Quadro 2). A paciente e seus familiares devem
ser informados sobre os riscos e benefícios da via de parto
recomendada.
Quadro 2: definição de via de parto, conforme carga viral
Carga Viral
≥ 1.000 cópias/ml ou
desconhecida
< 1.000 cópias/ml ou
indetectável
Idade Gestacional
≥ 34 semanas
≥ 34 semanas
Recomendações
Parto por operação
cesariana eletiva
Via de parto por
indicação obstétrica
Na mulher com diagnóstico anterior de HIV ou aids, é
necessário avaliar a carga viral para a indicação da via de
parto. Quando a carga viral for menor que 1.000 cópias/ml
ou indetectável, há indicação de parto vaginal, exceto quando
há indicação obstétrica para o parto por cirurgia cesariana.
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62
Se a carga viral for maior ou igual a 1.000 cópias/ml,
desconhecida ou aferida antes da 34ª semana de gestação
e, nestes casos, a gestante estiver em trabalho de parto, com
dilatação cervical menor que 4cm e as membranas aminióticas
íntegras, há indicação de cirurgia cesariana eletiva.
Nos casos de ruptura prematura de membranas antes da 34ª
semana de gestação, em parturiente com HIV, a conduta deve
ser particularizada, pois não há dados na literatura sobre
qual conduta é mais segura nessas situações. Nesses casos, a
conduta deverá ser instituída conforme as rotinas previstas
na amniorrexe, buscando promover a maturidade fetal, a
redução dos riscos de transmissão perinatal do HIV e da
morbidade/mortalidade materna.
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