A quimioprofilaxia anti-retroviral está indicada para
todas as parturientes com diagnóstico anterior de
HIV ou cujo teste rápido tenha sido reagente no
momento do parto, com zidovudina (AZT) por via
intravenosa (IV).
Quando a via de parto for a cesariana eletiva, o AZT
intravenoso deve ser iniciado no mínimo três horas antes do
procedimento e mantido até a ligadura do cordão umbilical.
Já no parto vaginal, a infusão deverá ser instituída desde o
início do trabalho de parto e mantida até o clampeamento do
cordão umbilical.
63
Esquema posológico da zidovudina na parturiente (AZT
injetável – frasco ampola de 200mg com 20ml – 10mg/ml):
• Dose de ataque de 2 mg/kg na 1ª hora, diluído em
soro glicosado a 5%, gotejado conforme o Quadro 3,
infundido em acesso venoso exclusivo;
• Dose de manutenção de 1 mg/kg/hora, em infusão
contínua até o clampeamento do cordão umbilical
(Quadro 3).
Na ausência do AZT injetável, a alternativa é usar o AZT oral
(cápsulas de 100mg) iniciando com 300 mg no começo do
trabalho de parto e, a partir de então, 300 mg a cada 3 horas
até o clampeamento do cordão umbilical.
Toda gestante deve ser orientada no pré-natal quanto à
possibilidade de utilizar o esquema alternativo de uso de AZT
oral no momento do parto, idealmente levando-o consigo,
para o caso da maternidade não dispor de AZT injetável.
Essa recomendação pode evitar uma possível perda da
oportunidade de utilizar o AZT (especialmente intravenoso)
no parto, aumentando, com isso, o risco da transmissão
vertical do HIV.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
64
Quadro 3: Preparo da solução de zidovudina (AZT) para infusão
intravenosa em 100ml de soro glicosado 5%, de acordo com o
peso da parturiente
Quantidade de AZT*
PESO DA PARTURIENTE (kg) **
40 - 49
50 – 59
60 - 69
70 - 79
80 - 89
90
- 99
Dose de ataque
(2mg/kg), correr na
primeira hora
8 ml
(36gts)
10 ml
(37gts)
12 ml
(37gts)
14 ml
(38gts)
16 ml
(39gts)
18 ml
(39gts)
Dose de manutenção
(1mg/kg/hora)
infusão contínua
(gotejamento/minuto)
4 ml
(35gts)
5 ml
(35gts)
6 ml
(35gts)
7 ml
(36gts)
8 ml
(36gts)
9 ml
(36gts)
* zidovudina, frasco-ampola com 20 ml, 10mg/ml, total de 200 mg.
** no caso de gestantes com peso maior que 100 kg, deverá ser calculado o volume e o gotejamento
individualmente, de acordo com o peso.
5.1 Parto vaginal
• Monitorar o trabalho de parto cuidadosamente,
evitando toques repetidos (usar o partograma);
• Conduzir o parto com ocitócitos, respeitando-se,
contudo, as contra-indicações para seu uso e o correto
manuseio, evitando que a parturiente permaneça por
mais de quatro horas com bolsa rota ou em trabalho de
parto prolongado;
• Estão contra-indicados todos os procedimentos
invasivos durante o trabalho de parto e parto como:
amniotomia, uso de fórceps, vácuo-extrator e manobras
desnecessárias na retirada do concepto;
65
• Evitar a episiotomia sempre que possível;
• Manter as membranas amnióticas íntegras até o período
expulsivo, sempre que possível;
• Proceder à ligadura do cordão umbilical, sem ordenha,
imediatamente após a expulsão do recém-nascido.
5.2 Parto cesária
• Realizar a cirurgia com o menor sangramento
possível;
• Sempre que possível, manter as membranas amnióticas
íntegras até a retirada da criança (parto empelicado);
• Proceder à ligadura do cordão umbilical, sem ordenha,
imediatamente após a retirada do recém-nascido.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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66
6 Puerpério
6.1 Puerpério imediato
• Inibir a lactação através do enfaixamento das
mamas com ataduras ou comprimindo-as com um
“top” e evitando, com isso, o início da lactação pela
estimulação. Esta conduta deve ser mantida por um
período de dez dias. Pelas dificuldades enfrentadas
pela mulher, após a alta hospitalar, é recomendável
que se associe a essa medida, a critério do obstetra, a
supressão farmacológica da lactação com cabergolina
0,5 mg, dois comprimidos, VO, em dose única;
• Entregar, após orientação de preparo, a fórmula infantil
em quantidade suficiente para duas semanas, agendando,
dentro deste período, uma consulta no serviço de
referência para HIV/aids para acompanhamento da
exposição ao HIV e na unidade de saúde de origem
para puericultura ;
• Não há necessidade de isolar a paciente;
• Manter a mãe e seu recém-nascido em alojamento
conjunto, sempre que possível;
67
• Encaminhar a mãe para realização da consulta puerperal
(no 8º e no 42º dia pós-parto, salvo situações especiais
de complicações ocorridas durante o parto e puerpério
imediato), para seu acompanhamento clínico e para o
planejamento reprodutivo, conforme fluxo estabelecido
localmente;
• Orientar para o sexo seguro (prevenção das DST/
reinfecção pelo HIV e gravidez);
• No caso do parceiro com situação sorológica
desconhecida (quando o diagnóstico do HIV foi
realizado na maternidade), aconselhar e testar o
parceiro;
• Pacientes em uso de TARV combinada para tratamento
devem, sempre que possível, manter o uso dos
anti-retrovirais no pós-parto imediato. Para tanto,
a ingestão dos medicamentos deve ser feita com
pequena quantidade de água, respeitando ao máximo
os horários regulares da tomada dos medicamentos.
Mesmo as pacientes submetidas à cirurgia cesariana,
desde que não estejam sedadas, poderão fazer uso dos
medicamentos;
• Pacientes em uso de anti-retrovirais para
profilaxia
da transmissão vertical devem ter os medicamentos
suspensos imediatamente após o parto;
• A equipe de saúde deverá levantar a situação familiar
e social, oferecendo apoio psicológico e social,
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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68
especialmente para as mulheres que tiveram seu
diagnóstico de infecção pelo HIV no momento do
parto.
Todos os serviços hospitalares obstétricos devem ter acesso
ao kit específico para assistência às parturientes portadoras
do HIV e aos seus recém-nascidos expostos, utilizando-o
segundo as normas técnicas prescritas.
Na alta hospitalar, a puérpera e o RN devem ter seus resumos
de alta detalhadamente preenchidos e suas consultas de
retorno agendadas na UBS de referência e no serviço
especializado.
É imprescindível o estabelecimento de uma rede de referência
e contra-referência que garanta a continuidade da atenção à
mulher e seu filho nos serviços de atenção básica e de atenção
especializada.
Na situação em que a gestante não tenha sido
notificada durante o pré-natal, é necessário notificar
no pós-parto utilizando os formulários específicos
(Anexo F – Ficha de notificação e investigação
de Gestante HIV+ e criança exposta). Na dúvida,
notifique.
69
6.2 Puérpera com diagnóstico de HIV anterior
ou realizado durante a gestação
A puérpera portadora de HIV que já tinha conhecimento
de seu status sorológico antes do parto deve ter sua situação
clínica e imunológica reavaliada, considerando a necessidade
de utilização de TARV após o parto.
Os ARV prescritos durante o pré-natal para profilaxia da
transmissão vertical do HIV, devem ser suspensos, caso os
parâmetros clínicos e imunológicos permaneçam estáveis
(assintomática com contagem de linfócitos T CD4+ > 350
células) após o parto. O seguimento da mulher após o parto
deverá ser realizado na sua unidade de saúde de origem e,
quando necessário, na unidade especializada de referência.
Caso a puérpera tenha tido indicação de tratamento
(TARV), e não profilaxia, o regime anti-retroviral deve ser
mantido após o parto e a puérpera será encaminhada, com
consulta agendada, para retorno à unidade especializada
de referência. Também será reencaminhada à sua unidade
de saúde de origem para realizar a rotina de atenção ao
puerpério, planejamento reprodutivo e outras necessidades
relacionadas à saúde ginecológica.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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70
6.3 Puérpera com diagnóstico realizado durante
o trabalho de parto
A puérpera que desconhecia ser portadora de HIV e teve seu
diagnóstico realizado através de testagem rápida durante o
trabalho de parto, deve passar por um aconselhamento pós-
teste minucioso, considerando-se a situação pouco favorável
da realização do oferecimento do teste durante o trabalho de
parto.
Como sua situação clínico-imunológica é desconhecida, a
puérpera tem sua consulta agendada em sua unidade de saúde
de origem para 15 dias após o parto, quando será realizado o
protocolo inicial de atendimento ao adulto portador de HIV,
além da consulta gineco-obstétrica de puerpério.
Em todas as situações
Como rotina, deve ser feito:
• Orientação para a suspensão da amamentação;
• Enfaixamento das mamas, mantendo-o por 10 dias;
• Utilização do inibidor de lactação (cabergolina 0,5mg,
dois comprimidos, via oral, em dose única);
• Registro do uso de inibidor de lactação como parte do
monitoramento das ações de prevenção de transmissão
vertical.
71
O alojamento conjunto deve ser mantido e reforçado para
auxiliar a criação do vínculo do binômio mãe-filho.
Ainda na maternidade, deve ser realizada a notificação
de gestante HIV + e criança exposta.
No momento da alta da maternidade, entregar à puérpera
o relatório das intercorrências do parto, constando os
procedimentos e medicamentos utilizados durante o
trabalho de parto, parto e pós-parto. Este relatório deverá ser
apresentado ao serviço de saúde em sua primeira consulta
puerperal.
Todas as mulheres devem ser orientadas sobre planejamento
reprodutivo antes da alta da maternidade e vinculadas ao
programa de planejamento familiar quando de sua chegada à
unidade básica de saúde.
É recomendável que o retorno da puérpera à unidade de
saúde após o parto seja comunicada à maternidade para que
este serviço considere o caso encerrado. Caso a puérpera não
compareça até 15 dias após a consulta agendada, deve ser
acionada busca ativa, seja pela unidade de saúde seja pela
maternidade, conforme fluxo estabelecido localmente.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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72
7 Planejamento reprodutivo
Todas as mulheres portadoras de HIV e/ou parceiras de
portadores de HIV necessitam de uma discussão continuada
sobre o desejo de engravidar ou não.
Aquelas que manifestarem este desejo têm a indicação da
realização prévia de um estudo completo de avaliação clínica
e ginecológica, descartando e/ou tratando outras patologias
concomitantes e melhorando as condições maternas ao
máximo, com a maior redução possível na carga viral e o
restabelecimento do CD4 a níveis aceitáveis.
No casos do uso de drogas contra-indicadas durante a
gestação (Efavirenz, Hidroxiuréia, associação de d4T com
ddI), estas devem ser substituídas.
Faz-se um aconselhamento incluindo informações sobre
os riscos de transmissão vertical e de teratogenia ou outros
problemas por exposição intra-uterina e neonatal aos anti-
retrovirais.
Orienta-se o casal quanto aos procedimentos indicados para
a concepção em casais que convivem com o HIV visando à
redução da possibilidade de transmissão vertical e horizontal
do HIV. Para maiores detalhes, ver textos complementares do
documento “Recomendações para Profilaxia da Transmissão
Vertical do HIV e Terapia Anti-Retroviral em Gestantes
– 2006”.
73
8 Recém-nascido/criança exposta ao HIV
8.1 Manejo na maternidade
Logo ao nascer, as vias aéreas do recém-nascido devem
ser aspiradas delicadamente, se necessário, evitando
traumatismos em mucosas. Lava-se o RN imediatamente
após o parto, com água morna e sabão, para evitar o contato
prolongado com o sangue e secreções maternas.
Mesmo que a mãe não tenha recebido anti-retrovirais, deve
ser iniciada a quimioprofilaxia do recém-nascido de puérpera
portadora de HIV com a Zidovudina (AZT) imediatamente
após o nascimento (ainda na sala de parto ou nas duas
primeiras horas de vida), podendo ser iniciada dentro
das primeiras oito horas de vida, caso a parturiente tenha
recebido este medicamento durante o trabalho de parto. Não
há comprovação de benefícios do início da quimioprofilaxia
com a zidovudina após 48 horas do nascimento.
A dose recomendada é de 2mg/kg/dose de AZT (0,2ml/kg/
dose), VO, de seis em seis horas durante seis semanas (42
dias). Caso a criança não tenha condições de receber o
medicamento por via oral, utiliza-se o AZT injetável, na dose
de 1,5mg/kg IV de 6/6 horas. Em crianças prematuras com
menos de 34 semanas de gestação utiliza-se a seguinte dose
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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74
do AZT (em estudos): 1,5 mg/kg, VO ou IV, 12/12 horas, nas
primeiras duas semanas e 2mg/kg 8/8 horas, por mais quatro
semanas, se a criança nasceu com mais de 30 semanas de
gestação.
Quadro 4
:
uso e doses de AZT no recém-nascido exposto ao HIV
Condição clínica
Dose de AZT
Via de
administração
Tempo de uso
Crianças
expostas, sem
intercorrências
2mg/kg/dose
de 6 em 6h
VO
6 semanas
(42 dias)
Crianças expostas
prematuras
(menos que 34
semanas)
1,5mg/kg/
dose,
de 12 em 12h
VO ou IV
2 semanas
2mg/kg/dose,
de 8 em 8h
VO ou IV
Por mais 4 semanas
Crianças expostas,
sem condições de
receber AZT VO
1,5mg/kg/
dose,
de 6 em 6 h
IV
Até que a criança
tenha condições
de receber o
medicamento VO
(completar 6 semanas
de uso total)
É importante solicitar um hemograma de controle ao
nascimento, devido à possibilidade de anemia pelo uso da
Zidovudina. Além do hemograma, solicitar também provas
de função hepática (AST, ALT, GGT, FA), sorologias para
toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simples,
75
sífilis, HBV e HCV. A sorologia para o HIV somente deve
ser solicitada caso haja dúvidas quanto à soropositividade da
mãe.
A amamentação é contra-indicada e a criança deve ficar em
alojamento conjunto com sua mãe, sendo alimentada com
fórmula infantil.
As informações a serem registradas no berçário, para
monitoramento das ações de prevenção de transmissão
vertical do HIV, são a utilização de AZT solução oral e a
dispensação de fórmula infantil para as crianças.
8.2 Seguimento após a alta da maternidade
A criança exposta ao HIV é considerada uma criança de
risco, sendo assim, a unidade básica de saúde (UBS) deve
marcar a consulta no serviço de referência, caso ainda não
esteja agendada; monitorar o comparecimento da criança às
consultas agendadas no serviço de referência e assegurar que
a criança esteja recebendo a fórmula infantil.
A UBS é responsável por realizar a puericultura da criança,
observando possíveis intercorrências devido ao uso dos
medicamentos (tal como a anemia por uso do AZT).
É necessário acompanhar o surgimento de sinais e sintomas
que possam ser potencialmente atribuídos à infecção pelo
HIV ou aids, principalmente as alterações de crescimento e
desenvolvimento da criança.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
76
A primeira consulta no serviço de referência de HIV/
aids, deve ocorrer duas semanas após o parto, iniciando a
dispensação da fórmula infantil mensalmente, paralelamente
ao acompanhamento de crescimento e desenvolvimento
neuropsicomotor.
Na 6ª semana (42 dias de vida), suspender o uso do AZT
solução oral, solicitar hemograma e provas de função hepática
(AST, ALT, GGT, FA) e introduzir sulfametoxazol+trimetro
pim até os 12 meses de idade ou até o estabelecimento do
diagnóstico.
Para a definição da situação provável da infecção, solicitar
dois exames de contagem de carga viral, sendo o primeiro
entre 1 e 6 meses. Se a primeira amostra for indetectável,
colher a segunda amostra após o 4° mês de vida. Caso o
primeiro resultado seja detectável, solicitar uma segunda
amostra imediatamente após receber o primeiro resultado.
Caso a criança tenha as duas cargas virais indetectáveis,
confirmar com uma sorologia após os 12 meses de idade. Se
esta for negativa, a criança será considerada não infectada,
sendo referenciada à UBS, com retorno anual à unidade
especializada.
Se a segunda carga viral for detectável, realizar imediatamente
o terceiro exame. Este sendo positivo, a criança será
considerada infectada e permanecerá em acompanhamento
na unidade especializada.
77
O controle da distribuição de fórmula infantil será um
indicador deste acompanhamento.
O encerramento de caso, ou seja, a notificação da
condição sorológica da criança exposta é fundamental
para a vigilância epidemiológica da transmissão
vertical do HIV.
Instituir a vacinação conforme Quadro 5.
Quadro 5: Vacinação da Criança Exposta Verticalmente e
Infectada pelo HIV
CALENDÁRIO VACINAL DA CRIANÇA INFECTADA PELO HIV (1) (2)
Vacina
Idades
RN
1
m
2
m
4
m
6
m
7
m
12
m
15
m
18
m
24
m
4-6
anos
14-16
anos
Hep B
•
(3)
•
•
•
BCG ID
•
(4)
DTP ou
DTPa (5)
• • •
•
•
Hib(6)
• • •
•
VIP ou
VOP (7)
• • •
•
•
Pnc7 (8)
• • •
•
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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78
CALENDÁRIO VACINAL DA CRIANÇA INFECTADA PELO HIV (1) (2) - Continuação
Vacina
Idades
RN
1
m
2
m
4
m
6
m
7
m
12
m
15
m
18
m
24
m
4-6
anos
14-16
anos
Rtv (9)
• •
MenC
conj. (10)
• • •
Infl (11)
• •
SRC (12)
•
•
VZ (13)
• •
Hep A (14)
•
•
Pn23 (8)
•
•
DT ou
dTpa (15)
•
Vacina contra febre amarela (16): indicada a partir dos 9 meses de acordo com a
situação epidemiológica local e condição imunológica do paciente, conforme
orientação dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE)
do Ministério da Saúde.
Legenda: HepB = hepatite B; Hib = Haemophilus influenzae tipo b; DTP =
difteria, tétano e pertussis; DTPa = difteria, tétano e pertussis acelular; VIP
= vacina injetável contra pólio; VOP = vacina oral contra pólio; Pnc7 = vacina
contra pneumococo conjugada 7-valente; Rtv: vacina oral contra rotavirus;
Men C conj. = vacina contra meningococo tipo C conjugada; Infl = vacina
contra influenza; Hep A = hepatite A; SRC = vacina contra sarampo, caxumba
e rubéola; VZ = vacina contra Varicella zoster; Pn23 = vacina polissacarídica
contra pneumococo 23-valente.
Fonte: Ministério da Saúde do Brasil 2004.
Observações
1. Esse calendário deve ser adaptado às circunstâncias operacionais
ou epidemiológicas sempre que necessário.
79
2. Esse calendário se aplica em sua totalidade às crianças
comprovadamente infectadas pelo HIV. As crianças expostas
verticalmente devem receber as vacinas indicadas até 18 meses
de idade, seguindo após com o calendário oficial da criança do
Ministério da Saúde. As vacinas que não fazem parte da rotina
estão disponíveis para estas crianças nos CRIE.
3. Vacina contra hepatite B: iniciar ao nascimento,
preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a mãe
for HbsAg positiva, aplicar simultaneamente, em outro local,
imunoglobulina humana hiperimune contra hepatite B. Em
caso de criança comprovadamente infectada pelo HIV, aplicar
uma quarta dose de 6 a 12 meses após a terceira, mesmo que
a mãe não seja HbsAg positiva. Para as crianças com evidência
clínica ou laboratorial de imunodeficiência, recomenda-se a
utilização do dobro da dose de rotina.
4. BCG ID: deve-se administrar ao nascimento ou o mais
precocemente possível. Para as crianças que chegam aos
serviços ainda não vacinadas, a vacina só deve ser indicada
para crianças assintomáticas e sem imunodepressão. Não se
indica a revacinação de rotina.
5. Caso estiver disponível, prefere-se a utilização da DTPa
(componente pertussis acelular), por ser menos reatogênica.
6. Vacina contra Hib: Deve-se indicar uma quarta dose da Hib a
partir dos 12 meses de idade. As crianças maiores de 12 meses
e menores de 19 anos, nunca vacinadas, devem receber duas
doses, com intervalo de 2 meses.
7. Vacina contra poliomielite: deve-se dar preferência para vacina
inativada (VIP), duas doses com intervalos de 2 meses, iniciando
aos 2 meses de idade, com reforço aos 15 meses e entre 4 e 5
anos. As doses da série primária (3 doses no primeiro ano de
vida e quarta dose aos 15 meses) podem ser feitas com a vacina
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
80
oral (VOP), caso não esteja disponível a vacina inativada.
Em crianças maiores ou naquelas que apresentarem sinais
de imunodeficiência deve-se usar a vacina inativada (VIP),
completando-se quatro doses. A criança que convive com
pessoa imunodeficiente deve receber a vacina inativada.
8. Vacina contra pneumococo: as crianças entre 12 e 23 meses não
vacinadas ou com esquema vacinal incompleto no primeiro
ano de vida deverão receber duas doses da vacina conjugada
7-valente (Pnc7), com oito semanas de intervalo. As crianças
entre dois e 10 anos de idade deverão receber duas doses
da vacina polissacarídica (Pn23), com intervalo de três anos,
mesmo que tenham feito anteriormente a Pnc7. Os maiores de
10 anos devem receber duas doses da vacina Pn23, a segunda
cinco anos ou mais após a primeira. Não se deve aplicar mais de
duas doses da vacina Pn23.
9. Vacina oral contra rotavirus: a primeira dose deve ser aplicada
entre 6 e 14 semanas de idade e a segunda entre 14 a 24
semanas. Após esta idade não deve mais ser aplicada por não
haver estudos concluídos. As crianças expostas verticalmente
ao HIV e as infectadas assintomáticas e sem imunossupressão
podem receber a vacina.
10. A vacina conjugada contra o meningococo C pode ser aplicada
aos 3, 5 e 7 meses. A partir de 12 meses de idade está indicada
em dose única.
11. Vacina contra influenza: deve ser aplicada a partir dos seis
meses de idade e repetida em dose única anual, levando-se em
conta a sazonalidade da infecção. Utiliza-se meia dose (0,25
ml) até 36 meses de idade e após essa idade, 0,5 ml. As crianças
com menos de nove anos de idade, ao receberem a vacina pela
primeira vez, requerem duas doses com intervalo de quatro a
seis semanas.
81
12. Vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola):
não deve ser aplicada nas crianças com sintomatologia grave
(categoria clínica C) ou imunodepressão grave (categoria
imunológica 3). Caso tenha recebido duas doses, não há
necessidade de dose adicional.
13. Vacina contra varicela: deve ser aplicada em crianças nas
categorias N1 e A1. Recomenda-se, caso disponível, uma
segunda dose, com um intervalo mínimo de um mês e máximo
de três meses.
14. Vacina contra hepatite A: indicada a partir dos 12 meses de
idade, em duas doses com intervalo entre seis e 12 meses.
15. Como alternativa à vacina dT, pode ser administrada a vacina
dTp a (tríplice acelular tipo adulto) 10 anos após o último
reforço da DTP ou dT.
16. Vacina contra febre amarela: a eficácia e segurança para os
pacientes portadores do HIV não estão estabelecidas. Pode
ser recomendada, levando-se em consideração a condição
imunológica do paciente e a situação epidemiológica
local, conforme orientação dos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais do Ministério da Saúde.
17. Pode-se utilizar vacinas combinadas como a DTP/Hib, DTPa +
Hib + VIP e DTPa + Hib + VIP + HepB, com indicação potencial
em casos de discrasias sanguíneas como plaquetopenia.
Deve-se ressaltar, no entanto, a inexistência de estudos de
imunogenicidade deste esquema em crianças infectadas.
18. Até o momento não há evidência científica documentada
recomendando a revacinação das crianças com infecção pelo HIV
após a chamada “síndrome da reconstituição imunológica”.
Para as crianças maiores de 24 meses de idade que
não receberam as vacinas indicadas neste calendário,
ou cujo diagnóstico da infecção pelo HIV foi efetuado
tardiamente, deve-se seguir as indicações dos CRIE.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
82
ATRIBUIÇÕES DA ATENÇÃO BÁSICA
• Agendar consulta no serviço de referência.
• Realizar puericultura em acompanhamento
conjunto com o serviço de referência.
• Identificar sinais e sintomas relacionados ao HIV
e aids, encaminhando para a referência conforme
fluxo.
• Manter o acompanhamento da criança exposta
após encerramento do caso como negativo.
ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA
• Acompanhamento
do
crescimento
e
desenvolvimento neuropsicomotor.
• Suspender o AZT quando indicado.
• Indicar profilaxia de infecções oportunistas e
imunizações.
• Definir o encerramento do caso.
• Manter o acompanhamento da criança exposta
após encerramento do caso como positivo.
• Notificação de criança exposta ao HIV após o
encerramento do caso.
83
9 Sífilis adquirida e gestacional
A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica, de evolução
crônica e causada pelo Treponema pallidum, uma
espiroqueta de transmissão sexual e vertical, que pode
produzir, respectivamente, as formas adquirida e congênita
da doença.
A sífilis é o exemplo de uma DST que pode ser
controlada com sucesso por meio de ações e medidas
de programas de saúde pública em virtude da
existência de testes diagnósticos sensíveis, tratamento
efetivo e de baixo custo. No entanto, continua como
sério problema de saúde pública no Brasil.
EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, estima-se que cerca de 50 mil parturientes tenham
o diagnóstico de sífilis, com uma prevalência de 1,6%, o que
resulta em aproximadamente 12 mil nascidos vivos com
sífilis congênita, considerando-se uma taxa de transmissão
vertical de 25%, embora sejam notificados apenas cerca de 4
mil novos casos ao ano.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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84
CLASSIFICAÇÃO
Sífilis adquirida
• Recente (menos de um ano de evolução): formas
primária, secundária e latente recente;
• Tardia (com mais de um ano de evolução):
formas latente tardia e terciária.
Sífilis congênita
• Recente (casos diagnosticados até o 2° ano de
vida);
• Tardia (casos diagnosticados após o 2° ano de
vida).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
8.1 Sífilis adquirida
Sífilis Primária
• Cancro duro - caracteriza-se por ser uma lesão erosada
ou ulcerada, geralmente única, indolor, com bordos
endurecidos, fundo liso e brilhante, apresentando as
seguintes características:
• Adenopatia regional não supurativa, móvel,
indolor e múltipla;
85
• A lesão aparece entre 10 e 90 dias (média de 21)
após o contato sexual infectante;
• No homem em geral localiza-se na glande e sulco
bálano-prepucial;
• Na mulher geralmente aparece nos pequenos
lábios, paredes vaginais e colo uterino (pode
passar despercebida);
• A lesão é caracteristicamente rica em
treponemas.
Sífilis Secundária
Em geral manifesta-se 6 a 8 semanas após o
desaparecimento espontâneo do cancro duro. As lesões
são pleomórficas, também sendo ricas em treponemas.
As manifestações mais comuns do secundarismo são:
• Poliadenopatia generalizada;
• Artralgias, febrícula, cefaléia e adinamia;
• Roséolas,
podendo
formar
exantema
morbiliforme;
• Pápulas cutâneas, denominadas sifílides
papulosas. Sua localização nas superfícies palmo-
plantares sugere fortemente o diagnóstico do
secundarismo da sífilis;
• Alopécia, inclusive com madarose;
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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86
• Lesões elevadas em platô, de superfície lisa, nas
mucosas (placas mucosas);
• Lesões pápulo-hipertróficas nas regiões de dobras
ou de atrito, também chamadas de condiloma
plano.
Sífilis latente (recente e tardia)
É uma fase de duração variável em que não se observam
sinais e sintomas clínicos. O diagnóstico é realizado
exclusivamente através de testes sorológicos.
Sífilis tardia
Os sinais e sintomas surgem em um período variável após
3 a 12 anos, ou mais, do contágio. As lesões nos órgãos
afetados são pobres em treponemas. Suas manifestações
clínicas mais comuns são:
• lesões cutâneo-mucosas, que se apresentam
como tubérculos ou gomas;
• apresentação neurológica tal como o tabes
dorsalis e demência;
• doença cardiovascular sob a forma de aneurisma
aórtico;
• comprometimento articular (artropatia de
Charcot).
87
Figura 4: fases clínicas da sífilis adquirida e sua classificação
Fonte: PASSOS, 2005.
DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico de certeza é feito através da microscopia
direta em campo escuro, método que permite a
identificação do treponema, sem requerer coloração
específica, mas depende de um microscópio ótico com
condensador especial de campo escuro. Outro método
microscópico é a imunofluorescência direta, entretanto
este método requer coloração específica e microscópio
especial para sua realização.
Sífilis recente
Sífilis tardia
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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88
Os testes sorológicos podem ser divididos em:
• Testes não-treponêmicos: VDRL e RPR. São
testes qualitativos (resultados reagentes ou
não reagentes) e quantitativos (expresso em
títulos: 1:2, 1:4, etc.), utilizados para triagem e
monitoramento da infecção.
•
Testes treponêmicos: aglutinação passiva (TPHA
ou MHA-TP), teste de imunofluorescência
indireta (FTA-Abs) e ensaio imunoenzimático
(ELISA ou EIE). São testes mais específicos
utilizados para confirmar a infecção
treponêmica.
• Uma vez que o indivíduo tenha sido
infectado pelo Treponema pallidum, os
anticorpos específicos podem permanecer
detectáveis
indefinidamente
pelos
métodos treponêmicos, podendo significar
uma infecção anteriormente tratada,
diferentemente dos não treponêmicos, que
tendem à negativação após o tratamento e
por isso são utilizados no seguimento.
• Cicatriz sorológica é uma expressão utilizada
para os casos de testes não treponêmicos
persistentemente reagentes, usualmente em
baixas titulações, em pessoas adequadamente
tratadas.
89
• Teste Rápido para Sífilis (TRS): são exames
treponêmicos bastante práticos e de fácil execução,
podendo ser utilizada amostra de sangue total
colhida por punção digital ou venosa e obtenção de
resultado em período de 10 a 15 minutos, sem o uso
de equipamentos. Análises da Organização Mundial de
Saúde, em 2003, apontam para resultados semelhantes
aos testes treponêmicos (TPHA) usados como
referência para comparação.
Critérios para a realização do Teste Rápido para Sífilis
(TRS), quando não disponível teste de triagem (VDRL)
1
• Toda a gestante, em qualquer visita para
seguimento pré-natal, desde que não tenha
realizado exames treponêmicos com resultado
reagente na gestação atual ou anterior, ou que
estes tenham sido negativos em gestações
anteriores, comprovado em prontuário ou Cartão
da Gestante;
• Apresentação de sinais e sintomas de qualquer
DST durante o período gestacional;
• Gestantes no pré-natal com resultado do VDRL
indisponível, mesmo que tenha sido coletada
amostra de sangue para sua realização;
1
A indisponibilidade do VDRL se refere também à não obtenção do resultado em
tempo hábil.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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90
• Em parceiros de gestantes que apresentaram
teste rápido positivo;
• No 3ª trimestre gestacional, quando o primeiro
teste realizado no início da gestação tiver sido
negativo.
Critério de exclusão para realizar o TRS
• Gestantes que apresentaram sífilis em qualquer
fase da vida, documentada com tratamento
adequado e seguimento com VDRL comprovados
(prontuário, receituário, Cartão da Gestante).
É obrigatória a coleta do VDRL para fins de
diagnóstico de reinfecção.
91
Figura 5: fluxograma para uso de teste rápido para sífilis em
gestantes
* O parceiro deverá ter o VDRL realizado para o seguimento;
** O tratamento do parceiro deve ser concomitante ao da gestante. O não tratamento do parceiro
implica em tratamento materno inadequado.
Coletar nova amostra após 15-30
dias e repetir o fluxograma
Titulação
Mensal
Não Reagente
Reagente
Teste não Treponêmico
VDRL ou RPR
Coletar sangue periférico
- Testar o parceiro *
- Tratar **
- Notificar
Não Reagente
Reagente
Orientar e
repetir na 28
a
semana
Teste Rápido
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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92
C
T
S
C
T
S
C
T
S
Resultado negativo: presença
de uma única banda colorida na
região do controle (C)
Resultado positivo: presença
de bandas coloridas na região
do controle (C) e do paciente
(T)
Resultado inválido: ausência
de banda colorida na região do
controle (C)
Resultado inválido: presença
de banda colorida apenas na
região do paciente (T)
C
T
S
Interpretação dos resultados
• Os resultados são obtidos em cerca de 15 min. e
serão interpretados de acordo com a Figura 6.
Figura 6: interpretação do TRS* - a amostra de sangue é
aplicada na região “S”
Figura esquemática, meramente ilustrativa.
* É obrigatória a coleta do VDRL para fins de diagnóstico de reinfecção.
93
Diagnóstico diferencial da sífilis
Os diagnósticos diferenciais dependem da fase da infecção:
• Sífilis primária: herpes genital, cancro mole,
donovanose, linfogranuloma venéreo, câncer,
úlcera amebiana, leishmaniose, trauma.
•
Sífilis secundária: farmacodermias, doenças
exantemáticas não vesiculosas, hanseníase
virchowiana, colagenoses.
•
Sífilis terciária: tuberculose, leishmaniose,
esporotricose, aneurismas congênitos, tumor
intracraniano, distúrbios psiquiátricos.
9.2 Sífilis na gestação
• O quadro clínico, o manejo diagnóstico e
terapêutico da sífilis na gestação não diferem do
período não gestacional, porém há possibilidade
de falhas terapêuticas em cerca de 14% das vezes.
Isto pode estar particularmente relacionado
à hemodiluição gestacional, à presença de
co-infecções, como o HIV (ver a seguir) ou
a esquemas terapêuticos inadequados, entre
outros.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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94
9.3 Esquemas de tratamento da sífilis
A primeira escolha para tratamento da sífilis é a penicilina
(Tabela 1).
Estadiamento
Penicilina G
Benzatina
Intervalo
entre as
séries
Controle
de cura
(sorologia)
Sífilis primária
1 série Dose total:
2.400.000 UI
Dose única
VDRL
mensal
Sífilis secundária ou
latente com menos de
1 ano de evolução
2 séries Dose total:
4.800.000 UI
1 semana
VDRL
mensal
Sífilis terciária ou
com mais de um ano
de evolução ou com
duração ignorada
3 séries Dose total:
7.200.000 UI
1 semana
VDRL
mensal
A elevação de títulos do VDRL em quatro ou mais
vezes (exemplo: de 1:2 para 1:8) em relação ao último
exame realizado, justifica um novo tratamento. Deve-
se verificar se o tratamento do parceiro foi realizado.
A condição de parceiros não tratados caracteriza
tratamento materno inadequado e, por conseguinte, a
criança será considerada caso de sífilis congênita.
As orientações sobre os riscos relacionados à infecção pelo
T. pallidum por transmissão sexual devem ser reforçadas
para que as mulheres com sífilis e seu(s) parceiro(s) evitem
relações sexuais durante o tratamento, ou mantenham
95
práticas sexuais seguras utilizando preservativos, durante o
período de tratamento.
O controle de cura é mensal por meio do VDRL, considerando
resposta adequada ao tratamento o declínio dos títulos
2
.
Gestantes na fase secundária da doença devem receber a
primeira dose do tratamento, idealmente, em ambiente
hospitalar devido a possibilidade de desenvolvimento
da Reação de Jarish-Herxheimer
3
e risco potencial de
abortamento.
Impossibilidade do uso de penicilina
É contra-indicado o uso de tetraciclina, doxiciclina e estolato
de eritromicina, na gestação, devido ao risco de alterações
ósseas e do esmalte dentário do feto, toxicidade para a mãe
causados pelas tetraciclinas e doxiciclina e litíase intra-
hepática fetal, pelo estolato.
Gestantes ou nutrizes comprovadamente alérgicas à
penicilina, após teste de sensibilidade adequadamente
realizado, devem ser dessensibilizadas e posteriormente
2
Após o tratamento adequado, os testes não-treponêmicos na sífilis primária e
secundária devem declinar cerca de quatro vezes após três a seis meses e oito vezes
após seis a 12 meses, com níveis não-reativos após os 12 meses. Na infecção latente
precoce, a queda de quatro vezes no título ocorre, geralmente, após um ano.
Pacientes tratadas no estágio latente tardio ou que tiveram múltiplos episódios de
sífilis podem mostrar um declínio mais gradual dos títulos.
3
Os principais sinais e sintomas são: febre, calafrios, mialgia, dor de cabeça, hipotensão,
taquicardia e acentuação das lesões cutâneas. Esta reação inicia-se, geralmente,
entre duas a quatro horas após o tratamento com penicilina, podendo durar de 24 a
48 horas. A reação não se repetirá nas aplicações seguintes.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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96
tratadas com penicilina, em ambiente hospitalar. Na
impossibilidade, deverão ser tratadas com eritromicina
(estearato) 500 mg, por via oral, de seis em seis horas durante
15 dias, para a sífilis recente, ou durante 30 dias, para a
sífilis tardia. Essa gestante, entretanto, não será considerada
adequadamente tratada para fins de transmissão fetal, sendo
obrigatória a investigação e o tratamento adequado da criança
logo após seu nascimento.
9.4 Co-infecção sífilis/HIV na gestação
Existem relatos na literatura sugerindo que a história natural
da sífilis pode ser profundamente alterada como resultado da
co-infecção pelo HIV.
As lesões de sífilis primária e secundária podem apresentar-
se de maneira atípica, os títulos de VDRL podem sofrer
retardo em sua queda ou negativação e até resultados falsos-
negativos não são incomuns.
O desenvolvimento de neurossífilis nesses indivíduos pode
ocorrer mais precocemente, havendo maior risco de falência
terapêutica. A magnitude desse risco, entretanto, ainda não
está bem estabelecida. Assim, os esquemas preconizados
pelo Ministério da Saúde para indivíduos não infectados pelo
HIV parecem ser suficientemente potentes para utilização
também nos indivíduos infectados. Dessa forma, gestantes
co-infectadas com o HIV podem apresentar discordância
97
entre a eficácia esperada do tratamento e os resultados
laboratoriais de seguimento, com maior demora, ou a não
ocorrência, de queda dos títulos. Devem ser acompanhadas,
assim como seus bebês, com maior cuidado e atenção.
ATRIBUIÇÕES DA ATENÇÃO BÁSICA
• Realização do diagnóstico sorológico, através
da solicitação de testes não treponêmicos, e
confirmatórios, quando disponíveis;
• Realização do teste rápido para sífilis, quando
disponível na unidade, conforme critérios de
realização (ver item 8.1, Sífilis adquirida);
• Tratamento de adultos e gestantes com
diagnóstico estabelecido de sífilis e de seus
parceiros (as) sexuais;
• Ter disponível na unidade básica a penicilina
G benzatina e outros insumos necessários para
sua utilização, conforme portaria nº156/MS, de
janeiro de 2005 (Anexo 15);
• Acompanhamento clínico e laboratorial, com
testes não-treponêmicos mensais, para definição
de cura;
• Pesquisa da infecção treponêmica em todo
portador de DST;
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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98
• Encaminhamento para referência dos casos de
alergia comprovada à penicilina e de suspeita de
sífilis terciária;
• Notificação de todas as gestantes com diagnóstico
de sífilis.
ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA
• Manejo dos adultos e gestantes alérgicos à
penicilina;
• Manejo da sífilis terciária;
• Manejo dos casos de co-infecção com o HIV.
99
10 Sífilis congênita
A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica
do treponema pallidum da gestante infectada, não tratada
ou inadequadamente tratada, para o seu concepto por via
transplacentária.
• A transmissão vertical do treponema pode
ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio
clínico da doença materna.
• Os principais fatores que determinam a
probabilidade de transmissão são o estágio da
sífilis na mãe e a duração da exposição do feto
intra-útero.
•
A taxa de transmissão vertical da sífilis em
mulheres não tratadas é de 70 a 100% nas fases
primária e secundária da doença, reduzindo-se
para aproximadamente 30% nas fases tardias da
infecção materna (latente tardia e terciária).
•
Não há transmissão por meio do leite
materno.
• Aborto espontâneo, natimorto ou morte
perinatal ocorrem em aproximadamente 40%
dos conceptos infectados de mães não tratadas.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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100
• Mais de 50% dos casos notificados são
assintomáticos ao nascimento, por isso é muito
importante a triagem sorológica da mãe na
maternidade.
As estratégias de controle de sífilis congênita devem
garantir que:
• Todas as gestantes recebam assistência pré-
natal e a triagem de sífilis seja incluída como
rotina a todas as mulheres e aos parceiros;
• Seja realizado VDRL como rotina na primeira
consulta na fase inicial da gestação, no início
do 3
o
trimestre gestacional e no momento
do parto;
• O tratamento esteja disponível a todas
gestantes infectadas e seus parceiros;
• Os casos de sífilis materna e congênita sejam
devidamente tratados e notificados à
vigilância epidemiológica.
10.1 Classificação
• Sífilis congênita precoce é definida até o 2º ano de
vida, tendo as seguintes características:
• Gravidade variável, sendo sua forma mais grave a
septicemia maciça com anemia intensa, icterícia
e hemorragia;
101
• Lesões cutâneo-mucosas, como placas mucosas,
lesões palmo-plantares, fissuras radiadas
periorificiais e condilomas planos anogenitais;
• Lesões ósseas, manifestas por periostite e
osteocondrite (ex. pseudo-paralisia de Parrot);
• Lesões do sistema nervoso central (ex. convulsões,
meningite);
• Lesões do aparelho respiratório (pneumonia
alba);
• Hepatoesplenomegalia, pancreatite;
• Rinite sanguinolenta;
• Anemia, plaquetopenia, púrpura.
• Sífilis congênita tardia é definida no período posterior
ao 2º ano de vida; suas principais características são:
• fronte olímpica;
• mandíbula curva;
• arco palatino elevado;
• tríade de Hutchinson (dentes de Hutchinson
+ ceratite intersticial + lesão do VIII par
craniano);
• nariz em sela;
• tíbia em lâmina de sabre;
• surdez, retardo mental, hidrocefalia.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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102
10.2 Diagnóstico laboratorial
Microscopia:
Pesquisa direta do T.pallidum em lesão cutâneo-mucosa,
placenta, cordão umbilical ou necrópsia.
• Pesquisa em campo escuro
• Imunofluorescência direta
Testes Sorológicos:
• Testes não-treponêmicos (VDRL, RPR): a positividade
até o sexto mês pode significar transferência materna
de anticorpos, devendo ser comparados os títulos com
os maternos, realizados na admissão para o parto.
• Testes treponêmicos (TPHA, FTA-Abs, ELISA): a
transferência passiva de anticorpos IgG maternos
tendem progressivamente a declinar até a sua
negativação, com cerca de 18 meses de idade. Não
devem ser realizados em recém-nascidos. Anticorpos
da classe IgM não tem boa sensibilidade, resultando em
falsos negativos.
103
Estudo do Líquido Cefalorraquidiano (LCR / líquor)
• Alterações encontradas na neurossífilis em recém-
nascidos:
• Celularidade: > 25 leucócitos/mm3
• proteínas > 150 mg/dl
• VDRL reagente
• No período pós-neonatal (acima de 28 dias de vida)
as alterações no LCR incluem: VDRL positivo e/ou
concentração de proteínas de 40 mg/dl ou mais e/ou
contagem de leucócitos de 5 células/mm³ ou mais.
As alterações liquóricas em um ou mais dos parâmetros
citados indicam neurossífilis.
Radiografia de ossos longos
Envolvimento de metáfise e diáfise de ossos longos (tíbia,
fêmur e úmero) incluindo osteocondrite, osteíte e periostite.
O algoritmo abaixo resume o conjunto de procedimentos
que serão realizados para o estadiamento da sífilis congênita
e o tratamento adequado para cada situação. A penicilina
natural, nas apresentações cristalina, procaína e benzatina, é
a droga de escolha para o tratamento.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
104
Tratar
-
A1
(cristalina/ procaína)
Exames alterados
LCR
normal
negativo
LCR
normal
LCR
normal
LCR
alterado
(Neurosífilis)
LCR
alterado
(Neurosífilis)
Raios-X
ossos,
punção
lomba
re
hemograma
RN
sintomático
RN
sintomático
RN
assintomático
RN
assintomático
Raios-X
ossos,
punção
lomba
re
hemograma
VDRL
Raios-X
ossos,
punção
lomba
re
hemograma
<
materno
>
materno
Seguimento
ou
Tratar
-
C
1
(benzatina)
LCR
alterado
(Neurosífilis)
Tratar
-
A3
(benzatina)
Tratar
-
A1
(crist/proc)
Tratar
-A
2
(cristalina)
Exames normais
LCR
normal
Tratar
-
A2
(cristalina)
Tratar
-A
3
(benzatina)
Tratar
-A
2
(cristalina)
Tratar
-
A1
(cristalina/ procaína)
Exames normais
e
VDRL negativo
Não
tratada
ou
inadequadamente
tratada
Mãe
com
sífilis
Adequadamente
tratada
_
Figura 7
: algoritmo para condutas frente à gestante com sífilis e sífilis congênita
105
Notas explicativas:
• Tratamento materno ADEQUADO: é todo tratamento
completo, adequado ao estágio da doença, feito com
penicilina e finalizado pelo menos 30 dias antes do parto,
tendo sido o parceiro tratado concomitantemente.
•
Tratamento INADEQUADO para sífilis materna:
• É todo tratamento realizado com qualquer
medicamento que não seja a penicilina;
• Tratamento incompleto, mesmo tendo sido feito
com penicilina;
• Instituição ou finalização de tratamento nos 30
dias anteriores ao parto;
• Ausência de queda ou elevação dos títulos
(VDRL) após tratamento adequado;
• Parceiro não tratado, tratado inadequadamente
ou quando não se tem a informação disponível
sobre o seu tratamento.
10.3 Manejo da sífilis congênita (conforme
algoritmo Figura 7)
Manejo adequado do recém-nascido na maternidade:
• Realizar VDRL em amostra de sangue periférico de
todos os recém-nascidos cujas mães apresentaram
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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106
VDRL reagente na gestação, no parto ou na suspeita
clínica de sífilis congênita.
• O sangue do cordão umbilical não deve ser utilizado
para fins de diagnóstico sorológico devido à presença de
sangue materno e ocorrência de atividade hemolítica e
anticorpos maternos, o que pode determinar resultados
falsos.
• Realizar radiografia de ossos longos, hemograma e
análise do LCR (quando necessário) em todos RN que
se enquadrem na definição de caso;
A notificação e a investigação são obrigatórias para todos os
casos detectados, incluindo os natimortos e abortos por sífilis
(Ver Anexo H).
No período neonatal:
A 1 – penicilina G cristalina 50.000 UI/Kg/dose, IV, a cada
12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) e a cada 8 horas
(após 7 dias de vida), durante 10 dias; ou penicilina G
procaína 50.000 UI/Kg, dose única diária, IM, 10 dias;
A 2 – penicilina G cristalina, 50.000 UI/Kg/dose, IV,
12/12h (nos primeiros 7 dias de vida) ou 8/8 h (após 7
dias de vida), durante 10 dias;
A 3 – penicilina G benzatina, IM, dose única de 50.000
UI/Kg. Sendo impossível garantir o acompanhamento,
o recém-nascido deverá ser tratado com o esquema A1.
107
B 1 – igual a A1;
B 2 – igual a A2;
C 1 – seguimento clínico-laboratorial. Na impossibilidade
de garantir o seguimento tratar com penicilina G
benzatina, IM, na dose única de 50.000 UI/Kg.
C 2 – seguimento clínico-laboratorial. Na impossibilidade
do seguimento, investigar e tratar como A1 ou A2.
No período pós-neonatal (após 28º dia de vida):
Crianças com quadros clínico e sorológico sugestivos de
sífilis congênita devem ser cuidadosamente investigadas,
obedecendo-se à rotina acima referida. Confirmando-se o
diagnóstico, proceder ao tratamento conforme preconizado,
observando-se o intervalo das aplicações que, para a
penicilina G cristalina, deve ser de quatro em quatro horas, e
para a penicilina G procaína, de 12 em 12 horas, mantendo-
se os mesmos esquemas de doses recomendados.
Seguimento:
• Consultas ambulatoriais mensais até o 6º mês de vida e
bimensais do 6º ao 12º mês;
• Realizar VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de idade,
interrompendo o seguimento com dois VDRL negativos
consecutivos;
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
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108
• Realizar TPHA ou FTA-Abs após os 18 meses de idade
para a confirmação do caso;
• Caso sejam observados sinais clínicos compatíveis
deve-se proceder à repetição dos exames sorológicos;
• Diante de elevação do título sorológico ou da sua não
negativação até os 18 meses de idade, reinvestigar o
paciente e proceder ao tratamento;
• Recomenda-se o acompanhamento oftalmológico,
neurológico e audiológico semestral, por dois anos;
• Nos casos em que o LCR mostrou-se inicialmente
alterado, deve ser realizada uma reavaliação liquórica
a cada seis meses até a normalização do mesmo.
Alterações persistentes e/ou evidências clínicas
neurológicas indicam avaliação clínico-laboratorial
completa e retratamento;
• Nos casos de crianças tratadas de forma inadequada,
na dose e/ou tempo preconizado, deve-se convocar a
criança para reavaliação clínico-laboratorial, e reiniciar
o tratamento, obedecendo aos esquemas terapêuticos
anteriormente descritos.
A notificação é feita pelo preenchimento e envio da
Ficha de Notificação e Investigação Epidemiológica de
Caso de Sífilis Congênita e Sífilis na Gestação, e deve
ser preenchida corretamente, evitando inconsistências
e/ou não completitude dos dados na ficha por todo
profissional de saúde no exercício de sua função.
109
ATRIBUIÇÕES DA ATENÇÃO BÁSICA
• Encaminhamento para referência dos casos de suspeita
de sífilis congênita.
ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE
REFERÊNCIA
• Manejo dos casos de sífilis congênita;
• Notificação da sífilis congênita.
Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
110
Referências
BERMAN, S.M. Maternal syphilis: pathophysiology and treatment. Bulletin
of the World Health Organization, Geneva, v.8, p.433-438, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Diretrizes para o controle da sífilis congênita.
Brasília, 2005.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Ações Programáticas e Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher.
Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada: manual técnico.
Ministério da Saúde. 2005.
______. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids. Manual
de Testes de Sensibilidade à Penicilina. Brasília, 1999.
______. Portaria n
o
542, de 22 de Dezembro de 1986. Diário Oficial da
União, Brasília, 24 dez. 1986. Seção 1, p. 19827.
______. Portaria n
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59, de 28 de janeiro de 2003. Padroniza o conjunto de
procedimentos seqüenciados para detecção de anticorpos anti-HIV para
diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV em indivíduos com idade
acima de 2 anos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 30 jan.
2003. Seção 7, p. 87.
______. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS.
Informações sobre aids, sífilis congênita e gestante HIV + por Estado no
período de 1980 a 2004. Disponível em: publicações/epidemiologia>.
______. Portaria n
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33 , de 14 de junho de 2005. Altera a relação de doenças
de notificação compulsória incluindo a gestantes com sífilis. Diário Oficial
da União, Poder Executivo, Brasília, 15 jul. 2005. Seção 1, p. 111.
111
______. Portaria n
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34, de 28 de julho de 2005. Regulamenta o uso de testes
rápidos para diagnóstico da infecção do HIV em situações especiais. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 29 jul. 2005. Seção 1, p. 77.
______. Ministério da Saúde. Portaria MS n
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