EVENTOS ADVERSOS DAS VACINAS
Além da associação temporal com a aplicação da vacina, é essencial procurar outras causas que justifiquem os sintomas e sinais. Quando não se define outra origem, é possível que o quadro seja uma verdadeira reação pós-vacinal. Essas reações são freqüentes e a maior parte desaparece espontaneamente.
DIFTERIA-COQUELUCHE-TÉTANO (DPT)
Leves:
Caracterizadas por dor, eritema e enduração no local da aplicação. Pequeno nódulo pode ser palpável por algumas semanas. Febre baixa, < 39,5 oC, irritabilidade, anorexia duram de 24 a 48hs. Febre e outros dados gerais, que persistam por mais de 48hs ou que surjam após 24hs da aplicação da vacina, devem ter causa investigada.
A conduta é : compressas frias no local da aplicação e antitérmico.
Moderadas e graves:
As mais importantes são:
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Febre alta, acima de 40ºC e choro persistente e incontrolável por mais de três horas, nas primeiras 24-48hs. Afaste outras causas, prescreva analgésico e antitérmico e converse com o familiar sobre a transitoriedade e benignidade do quadro;
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Episódio hipotônico-hiporesponsivo com hipotonia generalizada, resposta a estímulos diminuída ou ausente e palidez. Ocorre nas 48 horas seguintes à aplicação da vacina; com freqüência, é precedida de febre e irritabilidade. Pode durar alguns minutos até 48 horas. Outros sintomas como cianose, depressão respiratória, perda de consciência e sonolência podem estar presentes.
A primeira tarefa é afastar intoxicação exógena, distúrbio metabólico, infecção ou outro problema que cause sintomatologia parecida. Afastada outra causa, a conduta é discutir o caso com colega ou com neuropediatra, não usar drogas, observar o paciente, conversar com o familiar sobre o problema que é autolimitado e, caso necessário, transferir para uma unidade de maior porte;
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Crise convulsiva – é pouco freqüente e não deixa seqüelas. A conduta é a mesma da convulsão febril;
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Encefalopatia (convulsões, alteração profunda do nível de consciência,
alterações importantes de comportamento) - extremamente rara, de difícil
diagnóstico, pois implica na exclusão de muitas outras causas. A conduta é definida pelo neuropediatra em unidade de grande porte. Estão contra-indicadas doses subseqüentes com componente pertussis;
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Sonolência – Geralmente surge nas primeiras 24 horas após aplicação da vacina e pode persistir por até 72 horas. Não necessita de conduta especial, apenas observação. Não contra-indica doses subseqüentes;
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Alterações cutâneas – urticária, exantema macular, papular, maculopapular ou petéquias. Surgem horas ou dias após a vacinação. É reação tipo antígeno-anticorpo, não contra-indica outras doses;
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Anafilaxia - é rara e ocorre nas primeiras ½ a 2 horas após a vacina. A conduta é a mesma explicitada no capítulo sobre anafilaxia por outras causas. Estão contra-indicadas doses subsequentes com DPT, DT, dT, TT.
SARAMPO- PAROTIDITE- RUBÉOLA ( MMR )
Febre entre o quinto e o décimo segundo dia após a aplicação da vacina, febre e erupção cutânea transitória são os eventos mais comuns. Trombocitopenia é complicação rarissíma. Parotidite ocasionalmente ocorre. A conduta é prescrever sintomáticos.
Hemófilos influenza do tipo B
Reação local e ocasionalmente febre. Reações mais importantes não têm sido observadas. A conduta é prescrever sintomáticos.
HEPATITE A e HEPATITE B
Dor local, cefaléia e ocasionalmente febre, mialgia e artralgia de pouca intensidade são os eventos mais comuns. A conduta não implica em medidas especiais. Explicar ao familiar, é sempre importante.
VARICELA
As reações são raras e de pouca intensidade. Podem ocorrer febre e erupção cutânea, geralmente 2 a 5 vesículas no local da vacina. A conduta é prescrever sintomáticos e diálogo com o familiar.
FEBRE AMARELA
Dor local, febre, mialgia e cefaléia, com duração de 1 a 2 dias, após o 6º dia da aplicação da vacina. A conduta é analgésico e diálogo com a família.
Anafilaxia é extremamente rara e o tratamento é o mesmo usado para a anafilaxia por outras causas.
RAIVA
Vacina Fuenzalida–Palácios - reações alérgicas locais com eritema, edema, dor e prurido intenso no local da inoculação e gerais com náuseas, cefaléia, febre, mialgias, adenopatia e urticária são os problemas mais comuns.
Reações com manifestações neurológicas tipo parestesias, incoordenação motora, bexiga neurogênica, dentre outras, também podem ocorrer, embora sejam incomuns.
Conduta: nas reações locais e gerais, fazer compressas frias no local e usar anti-histamínico. Nos quadros neurológicos, suspender esquema vacinal com esse tipo de vacina, indicar a de cultivo de células diplóides humanas e discutir com o neuropediatra o tratamento das reações neurológicas.
Vacina de Células Diplóides Humanas - as reações adversas são incomuns em crianças. Podem ocorrer dor, eritema e edema no local da aplicação. Manifestações sistêmicas leves como cefaléia, náusea, dor abdominal e muscular também existem. As manifestações neurológicas ocorrem em aproximadamente 1/150000 aplicações.
Conduta é a mesma antes citada para o outro tipo de vacina.
BCG
O efeitos adverso mais observado é a adenite; os outros são de evolução crônica, devendo serem acompanhados pelo médico assistente.
SABIN
Poliomielite aguda associada à vacina, evento raríssimo, geralmente após a primeira dose. Déficit motor flácido e geralmente assimétrico.
Deve ser acompanhado pelo médico assistente.
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