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42. IBGE: Séries históricas IPCA e INPC. Disponíveis em: inpc_ipca/defaultseriesHist.shtm>. 
43. Mas o problema tem outros componentes. Matéria jornalística recente destacou que “aliada à má gestão de uma 
boa parte das empresas, o não reajuste dos preços da gasolina, que tirou a competitividade do etanol, afetou grande 
parte das usinas. Neste ano, a queda dos preços do açúcar piorou a situação das empresas” (Scaramuzzo, 2014).

Quarenta Anos de Etanol em Larga Escala no Brasil: desafios, crises e perspectivas
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mais adequada de lidar com combustíveis de uso geral”, o que depende, segundo 
o autor, da superação do “comportamento tradicional” e de “velhos preconceitos” 
no contexto de uma ação coordenada que faça “parte da agenda do setor privado 
e dos gestores públicos da nossa política energética” (Bressan Filho, 2010, p. 4).  
De fato, de acordo com o conjunto de observações tecidas ao longo deste texto, isto 
é necessário, principalmente, se se quer tal consolidação sem recorrer a subsídios 
e sem impactos inflacionários.
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4 OBSERVAÇÕES FINAIS
A longa história da utilização do álcool como fonte de energia auxiliar para a mo-
vimentação de pessoas e cargas no Brasil, que começou em 1931 e foi significati-
vamente ampliada depois de 1975, deixa uma lição muito clara: mais importante 
do que constituir um mercado é estar atento para suas relações com mercados 
correlatos e, principalmente, é necessário investir em sua consolidação. Esta só 
pode ser feita com uma incessante melhoria tecnológica, especialmente quando 
as relações entre estes mercados envolvem ações, decisões e comportamentos de 
agentes econômicos, sociais e políticos (sejam do setor privado sejam público), 
que são externos a uma dada economia ou sociedade. Esta interpretação é mais 
importante quando se quer evitar a volta de problemas econômicos ou sociais que 
demandaram enorme esforço para serem minorados, quando não vencidos.
O que este texto procurou deixar explicitado é que o problema atual (após 
2003) do mercado de etanol hidratado para consumo isolado como combustível, 
tal como no passado recente (1975-2002), enfrenta o mesmo obstáculo: o da 
competição com um dos dois principais derivados do petróleo usados no Brasil. 
A solução deste problema passa pela definição de quem arcará com o custo de sua 
viabilização, a qual depende tanto de subsídio (ao produtor ou ao consumidor) como 
de nível de preço maior para a gasolina (via aumentos regulares ou recomposição/
ampliação da tributação), o que, por conseguinte, impacta o nível de inflação interna. 
Tal situação, como se sabe, impõe parâmetros, restringe as opções, e dificulta a 
definição quanto à inserção deste ou daquele bem no contexto da matriz energética 
do Brasil, principalmente quando envolve mudanças mais profundas em aspectos 
estruturais da economia, tal como o do sistema de transportes.
A trajetória explicitada do setor mostrou que, no passado, os subsídios con-
cedidos beneficiaram muito mais os produtores e que, não obstante os aspectos 
favoráveis de avanços tecnológicos gerados e difundidos, não conseguiram alcan-
çar e garantir a competitividade, o que foi agravado ora pelo recuo dos preços 
44. Posicionando-se contrário à nova ação governamental para ajudar as usinas em dificuldades, o ex-presidente da 
Unica, Eduardo Carvalho, em recente entrevista (Ferreira, 2015) afirmou que “não vamos construir um país decente se 
a sociedade tiver que tirar recurso para salvar usineiro”. 

Trajetória e Situação Atual da Agroindústria Canavieira do Brasil e do Mercado  
de Álcool Carburante
 
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internacionais do petróleo, ora pela intervenção do Estado. Isto em boa medida 
se relacionou com o reforço de estrutura herdada, que até bem recentemente 
decorreu de comportamentos e de ações tanto privadas como públicas. A situa-
ção presente tornou-se mais complexa exatamente porque o patamar mais alto 
do preço do petróleo nos últimos anos viabilizou a prospecção e a significativa 
ampliação de nossas reservas (conhecidas), bem como de nossa produção de 
derivados, a qual pode ser ainda mais elevada com base no aproveitamento do 
pré-sal e desde que investimentos no refino sejam feitos.
Há um aspecto – que não pôde ser aqui tratado – que é muito importante 
para o futuro próximo do mercado de derivados de petróleo e de álcool: trata-
-se da crescente substituição dos atuais veículos movidos com base neles pelos 
denominados híbridos, que são movidos principalmente pela energia elétrica 
obtida nas células de combustível, que usam o hidrogênio.
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 Outras tecnologias 
envolvendo as etapas agrícola e industrial do etanol também sinalizam, junta-
mente a mudanças e avanços na gestão empresarial, que a dinamização produtiva 
em diversas frentes é tanto resposta para a atual crise quanto caminho natural 
para o futuro do setor.
REFERÊNCIAS 
ANFAVEA – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE VEÍCULOS  
AUTOMOTORES. Anuário da indústria automobilística brasileira – 2014. 
São Paulo: Anfavea, 2014. Disponível em: html>. Acesso em: 10 dez. 2015.
ALISSON, E. Bioenergia necessita de políticas públicas para avançar em escala 
global. Agência Fapesp, out. 2014. Disponível em: . Acesso 
em: 21 out. 2014.
BACCARIN, J. G. A constituição da nova regulamentação sucroalcooleira. Ceam
Brasília, v. 5. n. 22, p. 11-243, 2005.
BARROS, P. S.; SCHUTTE, G. R.; PINTO, L. F. S. Além da autossuficiência
o Brasil como protagonista no setor energético. Brasília: Ipea, 2012. (Texto para 
Discussão, n. 1725).
BELIK, W. A tecnologia em um setor controlado: o caso da agroindústria cana-
vieira em São Paulo. Cadernos de Difusão de Tecnologia, Brasília, v. 2, n. 1,  
p. 99-136, jan.-abr. 1985.
45. Ver sobre isso o texto Carro elétrico, a revolução geopolítica e econômica do século XXI e o desenvolvimento do 
Brasil (Santos et al., 2009).

Quarenta Anos de Etanol em Larga Escala no Brasil: desafios, crises e perspectivas
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BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
E SOCIAL.; CGEE – CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS. 
(Coords.). Bioetanol de cana-de-açúcar: energia para o desenvolvimento susten-
tável. Rio de Janeiro: BNDES, 2008.
BORGES, B. Política de energia no Brasil requer ajustes. Folha de S. Paulo, 24 
abr. 2014. Disponível em:
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